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Em meio à maior crise do Consórcio, secretário se reúne com FHC para falar de entidade

Ex-presidente da República disse que modelo adotado pelo ABCD traz fomento para região; três prefeitos discordam e já deixaram instituição

  • Secretário executivo do Consórcio, Tunico Vieira, fala com ex-presidente FHC sobre atuação da entidade.
    Foto: Divulgação
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 06/12/2018
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Ex-presidente da República disse que modelo adotado pelo ABCD traz fomento para região; três prefeitos discordam e deixaram instituição

 

FHC

Secretário executivo do Consórcio, Tunico Vieira, fala com ex-presidente FHC sobre atuação da entidade. Foto: Divulgação

Em meio à maior crise enfrentada na história do Consórcio Intermunicipal do ABC, com a saída de três das sete Prefeituras da Região, o secretário Executivo da entidade, o advogado e professor universitário Tunico Vieira, se encontrou nesta semana com o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995 a 2003) para fazer uma explanação sobre as ações da instituição.

FHC disse que o consorciamento das cidades do ABCD foi uma das novidades em termos de políticas públicas regionais. “O Grande ABC, sem dúvida nenhuma, foi pioneiro e referência para tantos outros agrupamentos de cidades no Estado de São Paulo. Uma ferramenta que deu certo e tem de continuar a buscar melhorias para a região”, afirmou o ex-presidente.

Tunico ofereceu ao ex-presidente do Brasil um pen drive com uma breve apresentação sobre o Consórcio, um resumo dos projetos implementados. Ao final do encontro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desejou boa sorte para Tunico, que viaja no final do ano para Coimbra, onde irá terminar o seu mestrado e lecionar na Universidade de Coimbra. A partir de 20 de dezembro ele não será mais o secretário executivo.

Apesar da defesa de Tunico Vieira e FHC com relação ao Consórcio, hoje presidido por Orlando Morando (PSDB), prefeito de São Bernardo, três dos sete municípios da Região (Diadema, São Caetano e Rio Grande da Serra) discordam do modelo da instituição e abandonaram a entidade com o argumento de que não há retorno para os municípios em termos de investimentos. Os três também discordam da gestão de Morando.

O Consórcio se tornou uma massa falida por conta se seu atual síndico, que tem nome e sobrenome. O Consórcio acabou”, disse o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), ao se referir a Orlando Morando. O verde foi primeiro a deixar a entidade no ano passado.

Para o chefe do Executivo de Diadema, é preciso repensar outro modelo. “Não dá para gastar R$ 30 mi com o aluguel de uma sala para ter uma reunião por mês entre os prefeitos. Além disso, não dá para aceitar gasto de R$ 11 milhões com publicidade, sendo o montante basicamente destinado um único jornal da região. A estrutura precisa ser enxuta e as reuniões serem realizadas cada mês em uma prefeitura. Também discordo de gastos absurdos que querem fazer com aluguel de helicóptero”, disse Lauro Michels.

O secretário executivo do Consórcio afirmou que respeita a opinião dos prefeitos porque foram eleitos, mas defendeu a instituição. “Continuo achando que o Consórcio é fundamental para discutir conjuntamente as políticas públicas para a região que tem um PIB igual, por exemplo, ao Uruguai. Existem mais de 40 grupos temáticos que discutem soluções para a região. Se existe uma crítica à gestão, não pode ser confundida com importância do Consórcio. Montar uma outra entidade por divergência de gestão não justifica”, concluiu Tunico Vieira.