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Caso Saul Klein: Conselho da Mulher de S.Caetano condena suposto aliciamento

Empresário e ex-candidato a vice-prefeito na chapa de Fabio Palacio nas últimas eleições é acusado por 32 mulheres de estupro e aliciamento

  • Caso Saul Klein: é investigado por exploração sexual.
    Foto: Reprodução/ Fantástico
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 19/03/2021
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Empresário e ex-candidato a vice-prefeito na chapa de Fabio Palacio nas últimas eleições é acusado por 32 mulheres de estupro e aliciamento

 

Caso Saul Klein: Conselho da Mulher de São Caetano condena exploração sexual durante festas. Foto: Reprodução/ Fantástico

 

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Conselho Municipal de Proteção e Defesa da Mulher de São Caetano colocou seu ponto de vista sobre o caso que envolve Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia e candidato a vice-prefeito na chapa de Fabio Palacio nas últimas eleições de 2020. O órgão condena o fato.  O empresário é acusado na Justiça por 32 mulheres que dizem ter sido aliciadas e estupradas por ele durante  festas que duravam dias na casa dele em Alphaville e no sítio em Boituva. A defesa nega e diz que ele era um suggar daddy,  termo usado para homens mais velhos  que bancam financeiramente as parceiras em troca de afeto ou relação sexual.

“Todo opressão tem que ser combatida e todas as mulheres e meninas na situação de opressão merecem ser acolhidas, ouvidas e empoderadas. O meu comprometimento é empoderar mulheres e meninas  para que elas não  sejam iludidas e sejam alvos de abusos”, disse a presidente do Conselho da Mulher, Verônica Paiva.

De acordo com Verônica, o Conselho Municipal de Proteção e Defesa da Mulher de São Caetano tem atuado no encaminhamento e levando informação sobre abusos contra as mulheres.

“ Entre as medidas implantadas pelo Município temos a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), Ambulatório de saúde mental para mulheres com vulnerabilidade, por violência física, sexual, moral, psicológica e patrimonial.  Por se tratar de um problema complexo e delicado, a cidade está unindo forças de diversos setores no combate a violência contra a mulher. Temos que fortalecer a Rede de atendimento e trabalhar em conjunto no acolhimento para incentivar as mulheres que sofrem e tem vergonha da situação que se encontra”.

No caso de sugar daddy, a presidente do Conselho afirma que é preciso  trabalhar com a auto-estima das mulheres e meninas para mostrar que elas são donas do seu próprio destino.

“Temos de manter uma campanha permanente sobre os abusos e a violência contra mulher. Sabemos que a violência contra mulher é cultural”, lamentou Verônica ao acrescentar que está em andamento uma campanha na contra Violência contra Mulher. Segundo ela, a medida  é justamente levar muita informação para acabar com todo tipo de  exploração.

Doenças e suicídio

Há informação de que algumas garotas que participavam das festas promovidas por Saul Klein adoeceram e uma delas teria até praticado o suicídio. A reportagem procurou o Ministério Público que informou que não poderia apresentar o trecho do processo que trata do assunto. “A 2ª Promotoria de Justiça de Barueri informa que, nos termos do artigo 234-B do Código Penal, a apuração de eventual cometimento de crimes contra a dignidade sexual corre sob sigilo, não cabendo qualquer comentário sobre as investigações”, informou.

No entanto, o portal UOL, do Grupo Folha, publicou reportagem na qual informou ter tido acesso à peça apresentada pelo Ministério Público à Justiça de Barueri. O documento apontou  supostos maus tratos sofridos. “Em razão da constante exploração, da dependência econômica, do subjugo físico e da intimidação moral, muitas mulheres adoeceram e uma delas chegou a se suicidar”, diz despacho da Justiça, publicado pelo UOL, quando foi acatada a solicitação da Promotoria Pública para a retenção do passaporte do empresário, em novembro de 2020. Em 2 março deste ano, tanto as medidas protetivas quanto a questão do passaporte de Saul Klein foram revertidas. A advogada das meninas recorreu.

A defesa de Klein tem declarado à imprensa e também na Justiça que o filho do fundador das Casas Bahia apenas contratava uma agência para recrutar modelos para festas e eventos em suas propriedades e que jamais manteve com nenhuma delas relações não consensuais.

Os advogados apontam exploração. “A verdade é que o Sr. Saul Klein se encontra, mais uma vez, na posição de vítima de falsas e criminosas acusações. Precedentes tentativas frustradas de várias das ‘denunciantes’ nas áreas cível e trabalhista comprovam a farsa ora em marcha, que muito impacta a integridade moral e o prestígio social dele.”

As mulheres contestam o fato na Justiça e alegam é que elas sofriam pressão e dependência psicológica diante de Saul Klein que possui muito poder  financeiro.