Alunos de São Caetano vestirão preto contra possível fim do ensino médio
Apesar de a Prefeitura não ter feito anúncio oficial, assunto tomou conta em três escolas nos últimos dias e protesto é marcado para dia 30; pais também se mobilizam
Apesar de a Prefeitura não ter feito anúncio oficial, assunto tomou conta em três escolas nos últimos dias e protesto é marcado para dia 30; pais também se mobilizam
Com o possível fim do ensino médio na rede municipal de São Caetano em 2019, pais de estudantes das escolas Vicente Bastos, Alcina Dantas Feijão e Oscar Niemeyer, além de professores e alunos começaram a se mobilizar contra a medida estudada pelo prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) e a secretária de Educação, Janice Paulino César. Além da criação de grupos no Whatsapp e no Facebook, alunos solicitam pelas redes sociais que todos vistam preto para participar das aulas em forma de protesto contra eventual iniciativa.
Uma manifestação também foi marcada para o próximo dia 30 de outubro, às 17h, na avenida Goiás. Um abaixo-assinado na internet (https://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/43250#inicio) foi elaborado no qual pede a permanência do ensino médio nas instituições municipais.
O assunto tomou conta dos alunos e professores das três escolas. Inclusive, houve até uma reunião do líder do prefeito na Câmara, Tite Campanella (PPS), neste sábado (19/10), com a direção da escola Alcina e professores. O vereador Jander Lira (PP) participou do encontro como docente e divulgou que intenção do governo é criar uma escola de aplicação dentro da USCS (Universidade de São Caetano do Sul) e os alunos receberiam bolsa de estudo. O parlamentar é contra o fim do ensino médio e afirmou que como integrante da Comissão de Educação da Câmara jamais foi consultado sobre o assunto. “Falta diálogo do governo com a comunidade”, reclamou.
O vereador César Oliva (PP) informou que na sexta-feira (19/10) protocolou requerimento em que trata do assunto e afirmou ter recebido informações anônimas sobre o fim do ensino médio. O parlamentar afirmou que a acusação é de que inicialmente o ensino seria gratuito por meio de bolsas de estudo na USCS, mas que, no futuro, seriam cobradas mensalidades.
Para o parlamentar, acabar com o ensino médio seria um retrocesso. “Prejudicará os projetos futuros de milhares de alunos que dependem da gratuidade e qualidade do ensino médio para a formação escolar competitiva para alcançarem seus objetivos na vida”, afirmou. O requerimento de César Oliva será votado na sessão de terça-feira (23/10).
Caso o fim do ensino médio seja confirmado em 2019, atingirá 1,68 mil alunos que estudam nas escolas Vicente Bastos, Oscar Niemeyer e Alcina Dantas Feijão. A prefeitura não trata do assunto abertamente e não respondeu aos questionamentos feitos pelo ABCD Jornal nesta semana. O líder do governo também foi procurado neste sábado, mas não deu retorno até o fechamento dessa reportagem.