Sindicato dos Agentes de Saúde diz que médicos cubanos não atuam mais no ABCD
Entidade Sindical afirma que profissionais já estão se despedindo nas unidades de saúde e embarcam para Cuba até o fim de semana
Entidade Sindical afirma que profissionais já estão se despedindo nas unidades de saúde e embarcam para Cuba até o fim de semana
O Sindacs (Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde da Região Metropolitana de São Paulo) informou que os médicos cubanos já não atuam mais nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) do ABCD. Ocorre que em 14 de novembro, o governo de Cuba rompeu o convênio com o Brasil e anunciou que os profissionais voltarão ao País por discordarem do posicionamento do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sobre o Programa Mais Médicos, no qual tais médicos atuam.
Roberta Patrícia Camargo, diretora de Comunicação do Sindicato, afirmou que a entidade apurou junto aos agentes comunitários de saúde que os médicos foram às UBSs nesta quarta-feira (21/11) apenas para despedidas. “Estão indo a cartórios, providenciando documentos e arrumando suas coisas, pois partirão para Cuba até o fim de semana. Os médicos de todas as regiões se concentrarão em São Paulo, pois embarcarão do aeroporto Internacional de Guarulhos”, informou a diretora Roberta.
O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), confirmou que os médicos começaram a se desligar, mas disse que no caso de Mauá dois já se afastaram e outros dois pediram para permanecer no País para trabalhar na cidade. “Vamos pagar horas extras para os médicos da cidade. O que não pode é a população ficar sem atendimentos”, avaliou Atila.
De acordo com a dirigente sindical, havia grande proximidade dos agentes de saúde com os médicos cubanos e lamentaram o desligamento de tais profissionais do Programa Mais Médicos.
Dos 81 médicos cubanos, 33 trabalhavam em Mauá, 18 em Santo André, 17 em São Bernardo, dois em Diadema, cinco em Ribeirão Pires, seis em Rio Grande da Serra. O fim da parceria foi anunciado nesta quarta-feira (14/11) pelo Ministério da Saúde. O programa Mais Médicos tem 18.240 vagas em 4.058 cidades do País e cobre 73% dos municípios do País.
Entenda o caso
O rompimento do programa entre o Brasil e a Opas (Organização Pan-americana de Saúde) ocorreu depois de uma declaração do presidente eleito Jair Bolsonaro de que faria alterações no projeto. Por meio de um comunicado, Cuba argumentou que a saída da parceria foi motivada por declarações “ameaçadores e depreciativas”. “Não aceitamos que se ponham em dúvida a dignidade, o profissionalismo, e o altruísmo dos colaboradores cubanos que, com o apoio de seus familiares, prestam serviço atualmente em 67 países”, informou o Ministério da Saúde Pública de Cuba.
De acordo com o Ministério da Saúde brasileiro, o País tem adotado medidas para garantir a assistência das pessoas atendidas pelas equipes da Saúde da Família que contam com profissionais de Cuba.
Após rompimento de Cuba, o presidente eleito Bolsonaro se posicionou por meio do Twitter. “Condicionamos à continuidade do programa a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinadas à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, finalizou.