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Paciente gay com varíola dos macacos acusa médico de homofobia em Sto.André

Prefeitura afirma que profissional foi afastado de suas funções até esclarecimento dos fatos; cidade registra 14 casos, sendo três já curados

  • Paciente, identificado como Matheus Góis, de 23 anos, passou pelo Centro Médico de Especialidades da Vila Vitória, de onde foi encaminhado para a UPA Central, onde houve o problema.
    Foto: Reprodução
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 30/07/2022
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Prefeitura afirma que profissional foi afastado de suas funções até esclarecimento dos fatos; cidade registra 14 casos, sendo três já curados

Matheus Góis

Paciente, identificado como Matheus Góis, de 23 anos, passou pelo Centro Médico de Especialidades da Vila Vitória, de onde foi encaminhado para a UPA Central, onde houve o problema. Foto: Reprodução

Um paciente gay com varíola dos macacos denunciou suposta homofobia de um médico durante o atendimento médico na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Central de Santo André. De acordo com reportagem publicada pelo portal G1, o médico queria saber se o paciente era portador do vírus HIV.

O paciente, identificado como Matheus Góis, de 23 anos. Ele procurou primeiramente a  UPA Vila Luzita nesta segunda-feira (25/07), com sintomas como dores nas costas e na região anal, além de feridas espalhadas pelo corpo. No local, houve a suspeita de sífilis, e, por isso, houve o encaminhamento para o Centro de Especialidades Vila Vitória para que ele realizasse um exame da doença, que deu negativo. De lá, foi direcionado para a UPA Central onde ocorreu o problema.

“A primeira pergunta que ele fez foi: o que você estava fazendo lá [no Centro de Especialidades]? Aí eu falei, nada, eu fui me consultar para fazer a testagem de sífilis. Aí ele falou: você tem doença? Qual é a sua sorologia?”, disse. “Eu na mesma hora falei assim, ó, eu sou negativo, HIV negativo. Aí ele falou: ‘tem certeza que você é? Porque se você estava lá [no Centro de Especialidades], você tem alguma doença? Eu perguntei assim: que doença?’ Aí ele disse: ‘é, doença, mas deixa pra lá, eu vou mandar para a enfermeira aqui, e ela vai saber resolver. E sai, sai, sai da minha sala, por favor, sai”, afirmou o paciente ao Portal G1”.

A Prefeitura de Santo André foi procurada pelo ABCD Jornal e a administração informou que o médico foi afastado das funções até o esclarecimentos dos fatos.

Leia a íntegra da nota oficial:

“Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Saúde, lamenta profundamente o ocorrido e esclarece que, assim que tomou conhecimento dos fatos, iniciou processo de apuração. Durante este processo, o médico permanecerá afastado dos plantões nos equipamentos municipais de saúde.

Informamos, ainda, que temos 3 (três) pacientes que obtiveram completo sucesso no tratamento contra Monkeypox e se recuperaram plenamente, outros 11 (onze) seguem em isolamento domiciliar, em tratamento integral e monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde.

Todos os atendimentos são realizados com total discrição, responsabilidade, humanização e acolhimento.

Há um mês profissionais da rede de saúde pública e privada receberam capacitações sobre os protocolos, condutas e encaminhamentos a respeito da Monkeypox oferecidas por nossa Secretaria Municipal de Saúde.

Importante informar também que o primeiro caso suspeito em nossa cidade, no dia 2 de junho, teve acompanhamento e tratamento integral oferecido pela Secretaria de Saúde de nosso município, tendo o paciente o completo sucesso no tratamento.”

OMS indica que homens reduzam quantidade de parceiros

diretor da OMS

diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou, nesta quarta-feira (27/07), que “homens que têm relações sexuais com outros homens reduzam a quantidade de parceiros”. Foto: Divulgação

O diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou, nesta quarta-feira (27/07), que “homens que têm relações sexuais com outros homens reduzam a quantidade de parceiros”. Segundo Tedros  Adhanom Ghebreyesus, a recomendação tem o objetivo de reduzir o número de contágio e consequentemente diminuir o nível de exposição ao patógeno(monkeypox), mais conhecido como varíola dos macacos.

“A melhor maneira de fazer isso é reduzir o risco de exposição. Isso significa fazer escolhas seguras para você e para os outros. Para homens que fazem sexo com homens, isso inclui, no momento, reduzir o número de parceiros sexuais, reconsiderar o sexo com novos parceiros e trocar detalhes de contato com novos parceiros para permitir o acompanhamento, se necessário”, disse Tedros.

Apesar de 98% dos casos sejam de homens que mantém relações sexuais com outros homens, o diretor da OMS ressalta que qualquer pessoa exposta a varíola dos macacos pode ser infectada pelo patógeno. Tedros ainda acrescentou que a doença além de ser transmitida por via sexual, também pode ser transmitida por contato como beijos e abraços e também por superfícies e objetos contaminados com o (monkeypox).

 

Segundo a OMS mais de 18 mil casos de varíola dos macacos foram informados a organização internacional. Cerca de 78 países apresentaram casos da doençam sendo que  cinco morreram. O maior número de infectados provém da Europa que conta com 70% dos casos, seguido da América que apresenta 25% dos casos.