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Mãe registra BO contra creche particular de Ribeirão Pires por supostos maus-tratos

Mulher também procurou o Conselho Tutelar para apurar o caso que envolve o filho autista; Creche nega todas as acusações  

  • Mulher procura Polícia e Conselho Tutelar para apurar o caso de suposto maus-tratos de uma creche contra o filho autista.
    Foto: Reprodução
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 09/02/2023
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Mulher também procurou o Conselho Tutelar para apurar o caso que envolve o filho autista; Creche nega todas as acusações

criança em creche

Mulher procura Polícia e Conselho Tutelar para apurar o caso de suposto maus-tratos de uma creche contra o filho autista. Foto: Reprodução

Uma moradora de Ribeirão Pires registrou nesta quarta-feira (08/02) um BO (Boletim de  Ocorência) no qual questiona o tratamento dado ao filho autista dado pelo creche se chama Baby Universe. Segundo ela, o filho teria sofrido maus-tatos enquanto estudava no local.

A creche negou todas as denúncias feitas pela  mães da criança, bem como ressaltou em nota enviada ao ABCD Jornal que a responsável demorou um ano para apresentar o laudo médico que comprovava a criança tinha autismo.

De acordo com o BO, Jéssica Aparecida Pereira, 32 anos, disse à Polícia que desde o ano passado ela tem observado que a criança estava com diversos hematomas. A mãe ressaltou que consultou a direção da creche na época para saber o que estava acontecendo, e foi dada como resposta que  filho é autista se jogava no chão.

Entretanto, neste ano, a mãe informou que o menino começou a se recusar a frequentar a creche. Inclusive, no dia 27 de janeiro ele disse: “Dodói, professora bateu”. A partir desse episódio, a mãe pediu a transferência do filho para outra unidade escolar na cidade e decidiu denunciar o fato ao  Conselho Tutelar, que também apura os fatos.

Ainda conforme informa a genitora, a creche conta com inúmeras câmeras de segurança que permitem que os pais acompanhem a rotina dos filhos. E foi através desses equipamentos que a mãe observou que o filho foi excluído de uma atividade, bem como em outra ocasião foi trancado em uma sala sozinho onde permaneceu por cerca de 15 minutos.

Jéssica afirmou ter relatado o fato à direção escolar sobre a exclusão da criança. Segundo ela, no dia em que a criança foi trancada em uma sala sozinha, ela teve que mandar uma mensagem para creche para que a criança fosse solta.

Segundo a mãe, após ter enviado um laudo médico comprovando que o filho era autista, os funcionários passaram a ser negligentes com a criança.

A creche creche Baby’s Universe nega todas as acusações e enviou uma nota ao ABCD Jornal

Leia a íntegra:

“Tendo em vista o contato da imprensa emitimos a seguinte nota de esclarecimento.

 A escola informa que preza pela qualidade do ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.

 Nossa proposta educacional é voltada para uma educação inclusiva. Pensando em salvaguardar o direito à educação e à saúde de nossos alunos é que solicitamos aos responsáveis, quando necessário, a apresentação de laudo e/ou relatório médico de equipe multiprofissional na forma do disposto em lei.

 A escusa dos pais ou responsáveis legais, de apresentação do laudo médico e psicológico indispensável à elaboração de proposta pedagógica individualizada, é comunicada ao Ministério Público e/ou Conselho Tutelar para medidas necessárias à garantia do direito à educação da criança. (art. 7º e §ú do art. 27 da Lei 13.146/15). 

Além disso, a direção junto com a equipe pedagógica sempre orienta os responsáveis, tomando todas as medidas cabíveis, não sendo omissa e registrando em ata todas as tentativas de comunicação e notificações não atendidas, afinal, nosso objetivo é resguardar a criança de todo e qualquer tipo de negligência. 

Cumpre esclarecer, que espontaneamente sempre disponibilizamos professores de apoio nas salas de aula.

 É de conhecimento que um dos diferenciais da escola, é justamente contar com o monitoramento por câmeras em toda nossa unidade, demonstrando a transparência e confiança com que desempenhamos o nosso trabalho e a nossa preocupação não somente com a educação, mas também com a segurança de nossos alunos.

 No tocante ao relato de que a criança portadora do TEA foi mantida sozinha em sala, bem como que a professora teria o agredido, é totalmente inverídico. Estamos reunindo todas as provas que serão devidamente disponibilizadas às autoridades competentes. Esclarecemos que os fatos não são verdadeiros e serão comprovados na Justiça. Estamos sofrendo represálias, em virtude de termos cobrado da responsável a apresentação do laudo médico que por mais de 1 ano, nunca apresentou e, acionado o Conselho Tutelar.

 Cumpre ressaltar que a professora que acompanhava o aluno, é especialista no método ABA. Além disso, nossos estagiários passam por processo seletivo rigoroso e, atualmente contamos com apenas dois em nosso quadro. 

Por todo o exposto, em respeito à nossa comunidade escolar e aos alunos portadores de TEA que merecem tratamento adequado, encaminhamos o caso para apuração do Conselho Tutelar e autoridades competentes.

Polícia

]Procurada, a  Secretaria de Segurança de São Paulo também se manifestou e afirmou após a polícia ouvir a mãe foi solicitado um laudo junto ao IML (Instituto Médico Legal).

“O caso citado foi registrado como maus-tratos na Delegacia de Ribeirão Pires, que instaurou inquérito policial para apurar a dinâmica dos fatos. A autoridade policial já ouviu o relato da mãe da criança e realizará novas oitivas para auxiliar nas investigações. Foi solicitado laudo de IML à criança. Demais diligências estão em andamento para esclarecimento dos fatos e detalhes serão preservados em função da natureza da ocorrência e por envolver menor de idade”. afirmou.