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Irmão de travesti morta diz que ela praticava furto e usava droga

 Linerker Mendonça diz que irmão se tornava agressivo, já foi preso por tentativa de homicídio e tinha desafetos; familiar acredita em vingança

  • Das quatro vítimas da mesma família, somente uma foi sepultada no Guarujá e as demais no Cemitério do Curuçá, em Santo André.
    Foto: Reprodução
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 23/10/2018
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 Linerker Mendonça diz que irmão se tornava agressivo, já foi preso por tentativa de homicídio e tinha desafetos; familiar acredita em vingança

travesti morto

Travesti será enterrado nesta quarta-feira no Cemitério do Curuçá. Foto: Reprodução

 

A travesti agredida e morta em Santo André neste domingo (21/10), conhecida como karholine,  foi identificada por um familiar nesta terça-feira (22/10) como sendo Rodolfo Mendonça da Silva, de 31 anos. O irmão Lineker Mendnona, 28 anos, morador de Fortaleza (Ceará), foi quem reconheceu o corpo no CHM (Centro Hospitalar Municipal).

O irmão acredita que o motivo do assassinato pode ter sido uma vingança. “Ele era usuário de drogas e se tornava agressivo. Ele também praticava pequenos furtos e foi preso durante nove meses por tentativa de homicídio. Ele ainda foi frequentador da Cracolândia por um tempo”, afirmou.

Para Lineker, o motivo não foi intolerância e sim algum problema com outras pessoas. “Pode ter sido dívida de drogas ou desafetos. Meu irmão já agrediu muitas pessoas”, lembrou.

Lineker disse que passou pelo local do crime e percebeu outras travestis agredindo uma pessoa dentro de um carro. “ Fiquei surpreso com a violência que vi. A travesti foi morta na avenida Industrial de Santo André.

Lineker contou ainda que faz 10 anos que o irmão deixou Fortaleza e acabou se desligando dos familiares. “Naquela ocasião, ele apenas tinha um jeito afeminado, mas ainda não era travesti”, contou. A mãe preferiu não ir para o enterro e não autorizou levar o corpo para o Ceará.

Morte

A prefeitura informou que no domingo deu entrada no Centro Hospitalar Municipal – Dr. Newton da Costa Brandão, uma paciente transgênero, sem documentos de identidade. “A vítima deu entrada na área vermelha (ala destinada a casos graves), trazida pelo SAMU 192, com o quadro de ferimento por arma branca na região inguinal esquerda, sem sangramento ativo no momento da admissão. O quadro se agravou, foram realizadas manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP), porém sem sucesso. Foi constatado o óbito no dia 22 de outubro de 2018, às 00h31”, informou nota oficial da Prefeitura.

Como a vítima não havia sido identificada, por questões éticas, o hospital não passou nenhuma informação sobre o caso, nem mesmo confirmou seu óbito, até que fosse feito, primeiramente, contato com a família, bem como o reconhecimento da falecida.

O enterro está marcado para esta quarta-feira (24/10), das 9h30 às 10h30, no Cemitério do Curuçá.