Hugo Hoyama comanda seleção feminina em Tóquio
Mesatenista de São Bernardo é o maior ídolo brasileiro da modalidade e transmite experiência de seis edições dos Jogos Olímpicos para as atletas
Mesatenista de São Bernardo é o maior ídolo brasileiro da modalidade e transmite experiência de seis edições dos Jogos Olímpicos para as atletas
O maior ídolo brasileiro do tênis de mesa, Hugo Hoyama, já está de malas prontas para Tóquio. Dessa vez, porém, não entrará na disputa olímpica como atleta, mas como técnico da seleção feminina. Aos 52 anos e nascido em São Bernardo, Hoyama leva na bagagem a experiência de seis edições dos Jogos Olímpicos, entre Barcelona 1992 e Londres 2012, e sete Jogos Pan-americanos, de Indianópolis 1987 a Guadalajara 2011.
Determinado e disciplinado com tudo que faz, o mesatenista disse que não teve muito tempo de pensar em planos para a carreira de técnico, já que assumiu “sem férias” a nova posição assim que aposentou-se como atleta. Questionado sobre conflitos de gerações ou possíveis dificuldades no início da jornada com as atletas, afirmou que são funções diferentes.
“Não é questão de ser mais fácil ou mais difícil. Quando se é atleta, você precisa cuidar do que tem de melhorar e como técnico, o trabalho é mais com as atletas, entender a cabeça de cada uma, saber liderar”, afirmou.
Como hobby e para manter a forma, Hoyama gosta de praticar tênis de campo, futsal e futebol de campo. Antes da pandemia, as práticas aconteciam de duas a três vezes por semana.
Um dos maiores medalhistas do Pan, com 15 medalhas (10 ouros, 1 prata e 4 bronzes), transmite experiência, além de concentração, confiança e nível técnico e tático para as meninas. “Sabemos que a concorrência com os outros países, principalmente os da Ásia, é difícil, mas vamos para as olimpíadas para lutar por bons resultados.”
Hoyama e as atletas participaram da Missão Europa, uma das estratégias do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para a retomada das atividades do esporte olímpico nacional. Todos passaram uma temporada em Portugal, no ano passado, após terem seus planos olímpicos e treinos prejudicados pelos impedimentos e normas sanitárias de contenção da pandemia do novo coronavírus.
Na opinião do técnico, a questão psicológica é parte importante do preparo das atletas não só do tênis de mesa mas também das demais modalidades. “Aquele atleta que chegar em Tóquio pensando que vai ser muito difícil e lamentando-se pelos momentos de treinamento prejudicado terá muito mais dificuldades do que os que entrarem confiantes. Poucos ou nenhum atleta conseguiu fazer a preparação ideal, mas aqueles que estiverem mais confiantes para aproveitar as oportunidades serão os que vão ter mais sucesso.”
Hoyama e as atletas deverão viajar para o Japão entre os dias 10 e 11 de julho e permanecerão na cidade de Hamamatsu para a aclimatação. De lá até a vila olímpica, será uma viagem de aproximadamente 1 hora de trem bala.
O time feminino do Brasil será representado por Bruna Takahashi, Jessica Yamada e Carol Kumahara. Os atletas olímpicos, equipes técnicas e jornalistas que trabalharão no Japão durante as olimpíadas foram convocados para a vacinação contra a Covid-19.