Filha que tirou a vida da família volta ao banco dos réus e é condenada a 85 anos de prisão
O primeiro julgamento em que Anaflavia foi condenada a 61 anos, 5 meses e 23 dias de reclusão foi anulado a pedido do Ministério Público
O primeiro julgamento em que Anaflavia foi condenada a 61 anos, 5 meses e 23 dias de reclusão foi anulado a pedido do Ministério Público
A andreense Anaflavia Gonçalves, que planejou e tirou a vida do pai, da mãe e do irmão em 27 de janeiro de 2020 voltou ao banco dos réus nesta terça-feira (27/08) e foi condenada a 85 anos, 5 meses e 23 dias de prisão, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, roubo majorado, associação criminosa e destruição de cadáver.
Ela já tinha passado por um Júri Popular em 14 de junho do ano passado, mas o Ministério Público recorreu da decisão porque, na ocasião, ela foi condenada a 61 anos, 5 meses e 23 dias de reclusão, em regime inicial fechado pelo óbito dos pais, mas foi absolvida na morte do irmão. Os três foram carbonizados dentro do veículo da família na Estrada do Montanhão, em São Bernardo.
Cumplices
No mesmo julgamento do ano passado, a namorada de AnaFlávia, Carina Ramos de Abreu pegou 74 anos de prisão por ser considerada a mentora do crime. O outro réu Guilherme Ramos da Silva pegou 56 anos por participar do roubo e dos homicídios.
Os três foram condenados por roubar e carbonizar o casal Flaviana de Meneses Gonçalves, de 40 anos, e Romuyuki Veras, de 43 anos, e o filho deles, Juan Victor Gonçalves, 15 anos.
Todos estão presos desde a época do crime. Também estão detidos os irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos, que são primos de Carina, que também foram julgados e condenados em 21 de agosto do ano passado. Juliano pegou 65 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão em regime inicial fechado e Jonathan 56 anos, 2 meses e 20 dias.
Investigações
Durante as investigações, a Polícia, baseada em provas, chegou à conclusão que Anaflávia e a ex-namorada planejaram o roubo da família pensando que tinha na residência R$ 85 mil. Com a ajuda de ambas, o trio invadiu a casa da família Gonçalves para subtrair o valor.
Segundo apuração do MP (Ministério Público), como os criminosos não encontraram o dinheiro, optaram por irar a vida da família. O crime foi brutal, pois além das agressões, os três foram asfixiados e depois colocados dentro do porta malas do carro da família. Eles foram levados até a Estrada do Montanhão, em São Bernardo. Os criminosos ainda colocaram fogo no carro e a família morreu carbonizada.
Na dosimetria da pena, o juiz Lucas Tambor Bueno, que presidiu o Júri, destacou as circunstâncias agravantes do homicídio qualificado – crimes praticados contra ascendentes e sob prevalência de relações domésticas de coabitação ou de hospitalidade – e afirmou que houve nítida premeditação para os crimes. Ele também reforçou que “a acusada tinha acesso à residência dos ofendidos, seus genitores, inclusive por meio de dispositivo para ingressar no condomínio em que residiam”.