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Auricchio quebra silêncio e fala de projetos, taxa do lixo e processo na Justiça

Prefeito de São Caetano também comentou sobre eleições, reaproximação com Paulo Pinheiro e anunciou mais quatro escolas

  • Auricchio durante inauguração da Escola Prof Telma Silvia e Aguiar Brito.
    Foto: Gislayne Jacinto
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 30/06/2018
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Prefeito de São Caetano também comentou sobre eleições, reaproximação com Paulo Pinheiro e anunciou mais quatro escolas

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Auricchio durante inauguração da Escola Prof Telma Silvia e Aguiar Brito. Foto: Gislayne Jacinto

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), quebrou o silêncio, neste sábado (30/06), e respondeu a todas as indagações feitas sobre a condução da cidade. Entre elas, a polêmica envolvendo a taxa do lixo. O tucano também comentou sobre eleições e o processo que enfrenta na Justiça Eleitoral por conta de doações recebidas na campanha de 2016 e são questionadas pela Procuradoria Regional Eleitoral. O tucano, que inaugurou uma escola, neste sábado, também informou sobre investimentos que pretende fazer na área de educação, entre elas a construção de mais quatro escolas. Abaixo segue a entrevista na íntegra:

ABCD Jornal – Prefeito, o senhor entregou uma escola neste sábado e disse em seu discurso que tem projeto para construir mais quatro escolas até o fim do mandato. Qual o investimento necessário para isso?

JOSÉ AURICCHIO JÚNIOR – Se o tempo e o dinheiro der, serão quatro escolas até o fim do mandato. São R$ 10 milhões, mas mais do que investimento financeiro é conseguir áreas e o tempo. Acabou a eleição nacional neste ano, o tempo começa a contar o contrário para nós. A Prefeitura não tem área. Essa escola que o ex-prefeito Paulo Pinheiro desapropriou e inauguramos teve de ter área desapropriada e isso encarece a obra. Estou mirando outras quatro áreas que não vamos precisar desapropriar. Deixa eu finalizar, que eu anuncio.

ABCD Jornal – O seu líder na Câmara, Tite Campanella, informou que irá para a Câmara um projeto para criar novas faixas da taxa do lixo, e, assim, corrigir distorções.

AURICCHIO – Não é novo projeto. Quando contratamos a Fundação de Pesquisas Econômicas, que elaborou a lei em 2017, estava previsto ajuste e aperfeiçoamento da lei. Naturalmente, uma lei com o impacto que tem, da grandeza que tem, a gente sabia que ia ter ajustes, acho que esse ajuste é definitivo.

ABCD Jornal – A Prefeitura vai precisar criar subsídios como fez a cidade de Mauá ao reduzir a taxa do lixo na última semana?

AURICCHIO – Nada de subsídios. Na verdade, é reclassificação de duas faixas maiores, de imóveis de maior metragem, faixas seis e sete, que deverão ser reclassificadas em mais três ou quatro faixas.

ABCD Jornal – O município perderá receita?

AURICCHIO – Estamos conseguindo ajustar dentro de uma nova perspectiva de valores, do processo licitatório que deve ir para ruas, do Saesa (Serviço de Água e Esgoto de São Caetano). Estamos imaginado que vai trazer o custo global do processo de limpeza pública pra baixo e, com isso, trazer um valor menor no preço unitário da limpeza.

ABCD Jornal – O senhor tem conseguido trazer várias lideranças que eram da oposição para apoiar a pré-candidatura de seu filho Thiago Auricchio. Trouxe todas para seu grupo. Como foi feita essa articulação para conseguir tanta gente para apoiá-lo?

AURICCHIO – Primeiro não significa que todas essas lideranças estejam apoiando a pré-candidatura do Thiago. Thiago tem trabalhado algumas lideranças e eu tenho trabalhado outras, mas é um assunto muito preliminar Ainda faltam 90 dias para as eleições. Vamos esperar registrar a candidatura e aí a gente formaliza apoios. É precoce falar isso.

ABCD Jornal – Como está sua relação com o ex-prefeito Paulo Pinheiro? Vocês estremeceram durante os quatro ano do mandato dele e também durante a campanha eleitoral. Houve uma reaproximação?

AURICCHIO – Nossa relação sempre foi boa, de amizade, respeitosa. Não está próxima porque eu vim para a administração e ele está fora, cuidando da vida dele, mas é uma relação diplomática, nada diferente do que foi durante 20 anos. O que foi atípico foram os quatro anos do mandato dele. São mais de 20 anos de amizade.

ABCD Jornal – Vocês são aliados novamente?

AURICCHIO –Aliança se faz em período eleitoral e nós não estamos em período eleitoral para se fazer aliança, mas não descarto essa possibilidade. O relacionamento melhorou muito. Laços de amizade a gente reconstrói.

ABCD Jornal – Prefeito, o processo que o senhor enfrenta na Justiça eleitoral por conta de doações te trazem alguma preocupação do que pode acontecer?

AURICCHIO – Toda vez que você sofre um processo judicial tem um grau de preocupação. A minha preocupação é de me defender da melhor maneira possível e provar a minha inocência. Esse é o básico de quando você tem um processo judicial. Esse é meu objetivo e dos meus advogados.

ABCD Jornal – Na sua campanha, o senhor não tinha controle de tudo que acontecia?

AURICCHIO – Nenhum candidato tem controle de tudo, mas esse assunto eu deixo para falar em um momento oportuno.

ABCD Jornal – O senhor é candidato à reeleição? O que comenta-se na cidade é que o prefeito estaria cansado depois de ter conquistado três mandatos.

AURICCHIO –Três mandatos é mandato para dedel, mas é obvio que é uma decisão posterior pra gente tomar em momento adequado. Vou discutir com todos que fazem parte do nosso agrupamento político, nosso grupo é uma coletividade da cidade, vamos ver quem tem as melhores condições de conduzir. O que não pode ter mais é dispersão, perder qualidade na condução de São Caetano do Sul. Essa é a lição básica. Mas sobre a disposição é muito cedo para falar.

ABCD Jornal – O senhor acredita que a cidade deu uma parada no crescimento nos quatro anos de seu antecessor?

AURICCHIO –A cisão do Paulo conosco não foi boa para a cidade . Acho que ele mesmo tem essa conclusão, nós também temos essa conclusão. Acho que houve erros que poderiam ter sido evitados bilateralmente. Em cima disso, temos de ter reflexões futuras, tirar dessa experiência o melhor proveito possível, mas na época oportuna. Mas alianças a gente faz em períodos eleitorais, então, vamos esperar o período eleitoral chegar para ter essas reflexões em cima disso.

Auricchio diz ser preoce se falar em eleições neste momento. Foto: Divulgação

Qual vai ser a marca de seu governo?

AURICCHIO – Continuar trabalhando as questões da saúde, que é um carro fundamental, não adianta, eu sempre tive isso comigo. Pode fazer dez pesquisas qualitativas e eu sempre saio como o prefeito da saúde, não dá para desgrudar da gente.  E qualidade de gestão pública. Pode me chamar do que você quiser, mas um indexador que não solta de mim é qualidade de gestão e essa responsabilidade eu carrego comigo, entregar obras, melhorar a qualidade de investimento público, é fazer mais com menos, ter responsabilidade fiscal, enfim, é o conjunto todo que faz com que a gente tenha uma marca de gestão pública. E é o que eu vou continuar fazendo. É a responsabilidade de enfrentar os oportunistas quando você manda uma taxa do lixo. Se é matéria que foi oportunisticamente aproveitada por dois, três ou quatro foi essa taxa do lixo. É uma matéria que não é nova, sempre existiu, é uma lei de 1977. Tive a oportunidade de representar a Frente Nacional de Prefeitos em um seminário sobre parceria público privada que estavam o ministro do Planejamento, o vice-presidente da Caixa Econômica Federal e Banco Mundial presentes. Foi discutido que não há nada mais contemporâneo de que ter os resíduos sólidos acoplados à água e ao esgoto. Essa é a tendência. Aí comentaram comigo que lá em São Caetano 200 a 300 pessoas ficam reclamando, sendo que nesse desmembramento do carnê de IPTU, nós tivemos mais de 70% dos carnês dos imóveis com redução do valor. Talvez, obviamente, não soube comunicar ou tivemos um déficit de comunicação, mas do ponto de vista financeiro, não houve esse impacto que querem rezar que houve. Então, pregar que quer extinguir uma taxa porque é vontade, é irresponsabilidade.

ABCD Jornal – Como o senhor encarou toda a confusão que houve na Câmara em torno da votação do projeto que previa extinguir a taxa do lixo?

AURICCHIO – É um movimento de meia dúzia de radicais que inflam e mais os oportunistas que acabam aparecendo. A população assina sem saber o que está assinando. Se eu der uma lista agora para extinguir o IPVA, você assina, eu assino. Você acha que tem condição de conduzir a política de desenvolvimento rodoviário do Estado sem IPVA? Tem condição? Não tem.

ABCD Jornal – Mas com relação à Guarda Municipal que usou gás de pimenta e houve agressão durante a sessão que votou o projeto para o fim dessa taxa?

AURICCHIO – Aí não. Casos exacerbados têm de ser investigados pela Corregedoria da GCM e eventual apuração ser punida.