O jovem Lucas da Silva Santos, de 19 anos, morador de São Bernardo, está internado em estado grave na UTI do Hospital de Urgência após comer um bolinho de mandioca supostamente envenenado com chumbinho. O produto foi preparado por uma tia que tem desavença com o pai do rapaz.
A Polícia informou que os pais da vítima têm desavenças com a tia por conta da venda de um imóvel. A tia já prestou depoimento e negou envolvimento no caso e foi liberada pela Polícia. Amostras da massa e da secreção que Lucas expeliu foram coletadas e enviadas para análise.
Estado de saúde
A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Saúde, informou em nota enviada ao ABCD Jornal que o paciente segue internado em leito de terapia intensiva, em estado grave, porém estável, com suporte ventilatório e vigilância neurológica.
“O paciente evoluiu com necessidade de realização de hemodiálise e são aguardados resultados de exames que identifiquem o que ocasionou esse quadro”.
O que diz o BO
O ABCD Jornal teve acesso ao Boletim de Ocorrência que diz que a GCM (Guarda Civil Municipal) foi acionada pela Central para comparecer. Lá, foram informados sobre a internação de Lucas que havia sido levado à UPA União com sintomas de intoxicação. Posteriormente, ele foi levado ao Hospital de Urgência. A principal suspeita dos médicos é de intoxicação por agentes anticolinesterase, compatível com envenenamento por “chumbinho”, um agrotóxico de venda proibida no Brasil.
Versões Conflitantes e Investigações em Andamento
A genitora de Lucas e o pai foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento. Eles relataram que na noite anterior, por volta das 20h, a tia do jovem enviou os bolinhos de mandioca que ela mesma havia feito. A família ingeriu os bolinhos antes do jantar. Cerca de meia hora depois, Lucas começou a passar mal e foi levado à UPA União com a ajuda de um vizinho. Na UPA, um médico informou que o filho havia sido vítima de envenenamento. Os pais de Lucas afirmaram que não mantêm um bom relacionamento com a irmã dele e que esta foi a primeira vez que ela enviou alimentos para a casa deles. Ressaltaram, ainda, que nenhum outro membro da família apresentou sintomas.
Em contrapartida, a tia de Lucascompareceu espontaneamente à delegacia. Ela confirmou ter feito os bolinhos de mandioca e ter enviado cinco unidades para a casa do irmão. Cláudia negou ter adicionado veneno aos bolinhos, afirmando que ela e sua família, incluindo seus animais de estimação, também os ingeriram e que ninguém passou mal. Ela alegou manter bom relacionamento com a família do irmão, mas admitiu um certo afastamento.
Coleta de Amostras e Exames Periciais Essenciais
Diante dos fatos, foram realizadas diligências nas residências da vítima e de Cláudia pela equipe de perícia criminal. Amostras da massa dos bolinhos (e dos ingredientes) e de outros alimentos ingeridos por Lucas em sua casa foram coletadas para análise.
A representante do Hospital de Urgências também compareceu à delegacia, reforçando que Lucas deu entrada com quadro de intoxicação por agentes anticolinesterase. No entanto, esclareceu que o hospital não possui condições de realizar o exame específico para a detecção exata da substância.
A delegada de polícia determinou a elaboração do Boletim de Ocorrência e requisitou um exame toxicológico para a vítima, a ser coletado no hospital pela equipe do Instituto Médico Legal (IML).
