São Bernardo e Estado criam comitê de prevenção a coronavírus
Medidas incluem compra de equipamentos de proteção e reforço de diagnósticos; em São Bernardo haverá ala no Hospital das Clínicas caso se detectado algum caso
Medidas incluem compra de equipamentos de proteção e reforço de diagnósticos; em São Bernardo haverá ala no Hospital das Clínicas caso se detectado algum caso
O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, o governador João Doria, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e o secretário de Estado de Saúde, José Henrique Germann anunciaram nesta sexta-feira (31/01) o plano de prevenção e a formação de um comitê estratégico para ações relacionadas ao coronavírus.
O “Comitê de Combate ao Coronavírus” de São Bernardo terá a participação de uma equipe multidisciplinar da Saúde e das demais secretarias para, a partir da orientação da secretaria de Saúde do Estado e do Ministério da Saúde, traçar as diretrizes necessárias de prevenção e combate doença na cidade. Caso a cidade tenha algum caso suspeito, haverá uma ala especial dentro do Hospital das Clínicas para internação dos respectivos pacientes.
De acordo com o prefeito Orlando Morando, em entrevista coletiva concedida na Prefeitura, a prevenção é sempre o melhor caminho e se faz necessária, uma vez que a cidade, logisticamente, recebe muitos visitantes de todos os lugares do mundo, inclusive, as empresas automobilísticas instaladas no município, com parcerias comerciais com a China e demais países atingidos pelo vírus.
“Queremos estar preparados para os desdobramentos da doença, já que o momento é de atenção internacional. Enviaremos um comunicado para todo o mailing das empresas de São Bernardo, que tem grande fluxo de funcionários que viajam para o exterior e são possíveis portas de entrada de transmissão em nosso município, com orientações para que ao menor sinal da doença nos comuniquem e procurem os serviços de Saúde”, disse o chefe do Executivo.
Outro item pautado que serviu para a instauração do comitê é a proximidade do município com o Porto de Santos, no Litoral. O prefeito Orlando Morando disse que a grande circulação de produtos de exportação e importação, que passam pela China.
O secretário de Saúde, Geraldo Reple Sobrinho, afirmou que não há caso da doença confirmados no Brasil, embora a OMS (Organização Mundial de Saúde) tenha determinado caso de emergência global, e que o ideal é que as pessoas se informem em fontes seguras e adotem hábitos de profilaxia com mais frequência.
O secretário disse que houve dois homens que procuraram a rede pública após viajarem para a Chica. Em um dos casos, um homem voltou daquele País e passou a ter febre. Foi feito o exame e ficou descartada a doença.
No segundo caso, a pessoa viajou e procurou a rede pública de saúde, mesmo sem apresentar sintomas.
“A transmissão destas doenças se dá, muitas vezes, pelo contágio das nossas mãos. Ao tossir, use um lenço descartável e o descarte imediatamente. Lave as mãos com frequência. E caso a pessoa apresente febre, tosse, dificuldade em respirar, e, o mais importante, tenha tido contato com alguém que viajou para países de transmissão, ela deve procurar os equipamentos de Saúde, públicos ou privados”, alertou o secretário.
Estado
Inicialmente, serão destinados pelo governo estadual R$ 200 mil para aquisição de kits diagnósticos para o Instituto Adolfo Lutz. O recurso também será empregado na compra de insumos e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como máscaras, luvas, óculos e aventais para profissionais de saúde dos hospitais e laboratórios estaduais. Se necessário, o Governo de São Paulo ampliará o repasse de verba.
“O plano de contingência do Governo de São Paulo se dá ao lado de todos os 645 municípios do estado. Reforço aos jornalistas presentes a importância de uma comunicação precisa para melhorar a qualidade da informação, a correta percepção e evitar o pânico”, declarou Doria.
A Saúde também instituiu um centro de operações de emergências que contará com representantes de instituições estaduais, municipais e federais (confira a relação abaixo). A finalidade é auxiliar a pasta na organização e normatização de ações de prevenção, vigilância e assistência referentes à infecção humana pelo novo coronavírus.
O centro também vai colaborar na análise de dados e de informações para subsidiar tomadas de decisões e definição de estratégias, preparação da rede e de ações de enfrentamento de emergências em saúde pública.
“Os profissionais de saúde que atuam em São Paulo estão sendo orientados sobre esse novo vírus e a importância de nos informar rapidamente sobre qualquer caso suspeito. Nossa rede está preparada para atender pacientes e conta com serviços de referência na área de infectologia para casos graves. Seguiremos vigilantes, orientando organizações públicas e privadas, veículos de comunicação e a sociedade civil, prezando pela agilidade e transparência”, afirmou o Secretário Germann.
A capacitação dos profissionais do SUS tem apoio dos GVEs (Grupos de Vigilância Epidemiológica), CSS (Coordenadoria de Serviços de Saúde) e CGCSS (Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de Saúde). Reuniões com entidades de classe e da área privada de saúde, incluindo Santas Casas, estão programadas para a próxima semana.
Resposta rápida
Assim que os primeiros sintomas surgirem (febre, tosse, coriza e dificuldade para respirar), o paciente deve procurar o serviço de saúde mais próximo. Para ser considerada suspeita, a pessoa deve ter histórico de viagem para locais com transmissão local, como a China, ou ter tido contato próximo com pessoa com caso suspeito.
O profissional de saúde vai avaliar se os sintomas indicam alguma probabilidade de infecção por coronavírus, tomar as providências para notificação e coletar material para exame laboratorial. O início do tratamento dos sintomas prevê medidas para isolamento do paciente.
A infecção apresenta manifestações parecidas com a de outros vírus respiratórios e não existe tratamento específico para o novo coronavírus. Dependendo da condição clínica do paciente, o isolamento pode ser domiciliar.
A pessoa deve ficar em repouso e beber muitos líquidos. É fundamental que familiares e amigos evitem o contato direto e o compartilhamento de objetos de uso pessoal com o paciente. Pacientes com sintomas mais intensos podem ser hospitalizados.
Neste momento, estão estabelecidos fluxos com dois principais hospitais especializados de referência: o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e o Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Outros centros especializados em doenças transmissíveis da Governo de São Paulo estão sendo integrados a esta rede.
A atuação em portos e aeroportos é de responsabilidade da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que está trabalhando de forma integrada com a Secretaria da Saúde. Pacientes detectados antes do desembarque no Brasil com os sintomas serão abordados pela Anvisa, que acionará serviço médico para avaliação dos casos ainda a bordo de embarcações e aeronaves.
Os aeroportos estão veiculando mensagens em mandarim, inglês e português com orientações sobre sintomas e medidas para evitar a transmissão.
“Como muitos pacientes podem desembarcar assintomáticos, a Saúde de São Paulo reforça a orientação aos profissionais de saúde para que estejam atentos a possíveis casos suspeitos. Todos devem seguir os protocolos estabelecidos para manejo de pacientes, notificação de casos, diagnóstico e tratamento”, diz o coordenador de controle de doenças Paulo Rossi Menezes.
Transparência
Um dos eixos do plano em curso é a transparência na comunicação com a sociedade civil. A assessoria de comunicação da Secretaria da Saúde fará divulgações diárias das estatísticas atualizadas e de orientações sobre o coronavírus.
As estratégias de divulgação incluem um site oficial e redes digitais oficiais; releases e entrevistas com especialistas para veículos de comunicação; boletins técnicos periódicos para orientar gestores e profissionais de saúde; orientações a serviços de saúde públicos e privados, com apoio de federações, associações e entidades de classe.
Integrantes do centro de operações de emergência:
- a) Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde
- b) Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, sendo Diretoria Técnica, Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória e Divisão de Infecção Hospitalar
- c) Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde
- d) Instituto Adolfo Lutz, Diretoria Técnica e Centro de Virologia
- e) Coordenadoria de Regiões de Saúde
- f) Coordenadoria de Serviços de Saúde
f.1) Instituto de Infectologia Emílio Ribas
- g) Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de Saúde
- h) Coordenadoria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos de Saúde
i.1) Instituto Butantan
- i) Assessoria de Comunicação Social da Secretaria da Saúde
- j) Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
- k) Secretaria da Segurança Pública de São Paulo
- l) Coordenadoria de Vigilância em Saúde do Município de São Paulo (Covisa);
- m) Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems – SP);
- n) Escritório Regional da Anvisa/SP.
Outras informações:
SP: http://www.saude.sp.gov.br/coordenadoria-de-controle-de-doencas/
Brasil: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/novocoronavirus
Mundo: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/situation-reports
Três casos suspeitos no Estado
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo está monitorando três casos suspeitos de coronavírus, sendo dois na Capital e um em Paulínia. Antes mesmo da notificação destes casos, O Governo de São Paulo já havia planejado medidas de vigilância e articulação com a rede assistencial, com base em um plano de risco e resposta rápida.
Até o momento, não há caso confirmado de coronavírus no país. Os dados oficiais estão sendo registrados pelos municípios em um sistema de notificação do Ministério da Saúde. Eventuais novos casos suspeitos ou confirmados, são divulgados diariamente pela Secretaria (confira abaixo onde obter informações).
Os casos suspeitos são dois adultos e uma criança que estão bem, estáveis e recebendo cuidados em casa em isolamento domiciliar, ou seja, com restrição de contatos com pessoas e ambientes externos.
O primeiro caso suspeito é um homem de 45 anos, da cidade de Paulínia. O paciente esteve na China e, ao retornar ao Brasil neste mês, apresentou febre, tosse, coriza e dificuldades para respirar. Ele foi atendido em serviço privado.
Os casos suspeitos da capital também são de pessoas retornaram da China em janeiro. Há um menino de seis anos que apresentou febre e tosse e um homem de 33 anos que teve febre, tosse e dor de garganta.
Nesta quinta-feira (30/01), foi descartado o caso da menina de quatro anos, já que os resultados dos exames confirmaram que ela estava com gripe.
Os familiares dos pacientes considerados suspeitos estão orientados a usar máscaras, higienizar as mãos e não compartilhar objetos de uso pessoal. Os cuidados requeridos para os pacientes incluem hidratação e permanência em casa, evitando contato com familiares e amigos.
“O monitoramento está em curso com organismos internacionais e nacionais de saúde. Nossas equipes seguem acompanhando o tema ininterruptamente para que possamos dar respostas rápidas e efetivas quando necessário”, disse a diretora da Vigilância Epidemiológica Helena Sato.
É fundamental procurar o serviço de saúde mais próximo se a pessoa apresentar sintomas como febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza após viagem a áreas com circulação do coronavírus (consulte os sites indicados abaixo) ou contato próximo com pacientes considerados suspeitos ou confirmados em laboratório.
Investigação e diagnóstico
A investigação dos casos é realizada pelas secretarias municipais de saúde, com todo apoio técnico da pasta estadual. As amostras biológicas dos pacientes são colhidas pelos hospitais e enviadas ao Instituto Adolfo Lutz.
Os exames consistem em uma análise que detecte o genoma do vírus, por meio do chamado PCR (sigla em inglês que significa Reação em Cadeia da Polimerase).
Os testes são feitos a partir da aspiração de vias aéreas ou coleta de secreções da boca e nariz. Os resultados são comunicados pelo Instituto Adolfo Lutz ao município de residência do paciente, responsável por notificar o descarte ou confirmação do caso.
Dicas de prevenção:
– Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
– Não compartilhar objetos de uso pessoal
– Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado
– Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool
– Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente
– Em viagens a locais com circulação do vírus, deve-se evitar contato com pessoas doentes e animais vivos ou mortos, incluindo comércios como lojas veterinárias, açougues, feiras etc.
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