Santo André registra primeira morte por sarampo
Secretaria de Estado da Saúde divulgou que homem de 53 foi a primeira vítima neste ano que morreu de complicação da doença no ABCD
Secretaria de Estado da Saúde divulgou que homem de 53 foi a primeira vítima neste ano que morreu de complicação da doença no ABCD
A Secretaria de Estado da Saúde informou nesta quarta-feira (09/10) que um homem de 53 anos morreu em Santo André por conta de sarampo. De acordo com a Secretaria, a causa da morte foi confirmada nesta semana. Esse é o primeiro óbito provocado por essa doença na Região do ABCD, sendo que outros 642 casos já foram confirmados em laboratório e mais 188 foram diagnosticados por critério clínico-epidemiológico, mas ainda não têm conclusão laboratorial.
Cenário epidemiológico
O Centro de Vigilância Epidemiológica estadual realiza monitoramento contínuo da circulação do vírus. Neste ano, até o momento, há 6.177 casos confirmados laboratorialmente. Considerando que o vírus já circula em todo o território paulista, conforme prevê no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, o Estado também confirma casos com base no critério clínico-epidemiológico (ou seja, com base em sintomas e avaliação médica), englobando outros 1.472 casos. Cerca de 57% do total de casos se concentram na capital (confira dados por municípios em: http://www.portaldenoticias.saude.sp.gov.br/).
Neste ano, desde agosto, houve doze mortes decorrentes de complicações pelo sarampo, incluindo três confirmadas nesta semana: uma bebê de dez meses, de Itapevi, sem vacina; o homem de 53 anos, de Santo André, e um menino de 1 ano, de Francisco Morato, ambos com condições de risco.
Campanha
A campanha de vacinação contra sarampo, iniciada na segunda-feira (07/10) segue em andamento com a finalidade de alcançar crianças ainda não imunizadas contra a doença. Até o dia 25 de outubro, as doses estarão disponíveis em todos os postos de vacinação do Estado de São Paulo para crianças a partir de 6 meses e com menos de 5 anos.
A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba. O público-alvo da campanha deve ser levado aos postos de saúde, preferencialmente com a carteirinha de vacinação, para que um profissional verifique a necessidade de aplicação da dose. O calendário nacional de vacinação prevê a aplicação da tríplice aos 12 meses e também aos 15 meses para reforço da imunização com a tetraviral, que protege também contra varicela. Neste ano, os bebês com menos de 12 meses também devem receber a chamada “dose zero”, que não é contabilizada no calendário.
Há contraindicação para bebês com menos de 6 meses. A recomendação para os pais e responsáveis por crianças nessa faixa etária é evitar exposição a aglomerações, manter higienização adequada, ventilação adequada de ambientes, e sobretudo que procurem imediatamente um serviço de saúde diante de qualquer sintoma da doença, como manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza, conjuntivite, manchas brancas na mucosa bucal. Somente um profissional de saúde poderá avaliar e dar as recomendações necessárias.
As salas de vacinação devem fazer triagem de crianças que tenham alergia à proteína lactoalbumina, presente no leite de vaca, para que estas recebam a dose feita sem esse componente. Para as crianças com alergia grave ao ovo, é recomendável procurar orientação médica, para que a Vigilância Municipal agende o atendimento em serviço apto a administrar da vacina em ambiente controlado e com condições de realizar o atendimento de anafilaxia (reação alérgica grave), caso necessário.
Outros públicos
Entre 18 e 30 de novembro, acontecerá a segunda fase da campanha, focada em jovens de 20 a 29 anos. Esse grupo poderá receber a dose da tríplice ou da dupla viral (sarampo e rubéola), conforme a indicação do profissional de saúde.
Os municípios devem ainda seguir realizando ações de bloqueio diante da notificação de casos da doença.
A vacina é contraindicada também para pessoas imunodeprimidas e gestantes. Pessoas nascidas antes de 1960, na sua maioria, já tiveram a doença na infância e possuem imunidade (proteção) por toda a vida, não necessitando ser vacinadas, conforme diretriz do Ministério da Saúde. As pessoas que tiverem dúvidas quanto à imunização adequada devem procurar um posto, com a carteira vacinal em mãos, para que um profissional de saúde verifique a necessidade de aplicação, que ocorrerá de forma “seletiva”, ou seja, apenas em quem tiver alguma pendência.
O Programa Estadual de Imunização prevê que crianças e adultos, com idade entre um ano a 29 anos, devem ter duas doses da vacina contra o sarampo no calendário. Acima desta faixa, até 59 anos, é preciso ter uma dose. Não há indicação para pessoas com mais de 60 anos, pois esse público potencialmente teve contato com o vírus, no passado.