Samu de Mauá registra 24 casos de engasgo no primeiro semestre do ano
Crianças são os pacientes mais frequentes deste tipo de emergência
Crianças são os pacientes mais frequentes deste tipo de emergência
O engasgo é uma emergência que pode levar à morte por obstruir as vias respiratórias, impedindo que o ar chegue aos pulmões. Ocorre quando a traqueia é bloqueada por líquidos, alimentos ou objetos. Os pacientes mais frequentes são as crianças. Em Mauá, de janeiro a junho, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) registrou 24 ocorrências deste tipo de emergência.
Em bebês, os sintomas mais comuns são tosse, espirro, vômito e choro durante a alimentação e esforço para respirar. Podem ser causados pela ingestão de água ou suco, deitado ou recostado, ou mamando. Também quando é deitado após comer sem ter arrotado ou regurgitado.
Foi o que aconteceu com o pequeno Felipe Silva Campos Filho. Neste mê, quando comemorava seu primeiro aniversário, ele engasgou durante a amamentação. Por sorte, Hélio Henrique Mendes, diretor operacional da Defesa Civil de Mauá, passava pela rua, a caminho do trabalho, quando se deparou com um homem assustado, segurando a criança no colo no meio da rua.
Hélio conta que pediu para o pai do menino entrar com a criança em seu carro e se afastaram da aglomeração. “Tinha muita gente querendo ajudar, mas as pessoas estavam apavoradas e não sabiam o que fazer. E nesse tipo de situação não pode ficar um tumulto ao redor”, explica.
Alguns metros afastados da aglomeração, o servidor da Defesa Civil estacionou o veículo e deu início à manobra que salvou o garoto. “Apoiei, no meu braço, o corpo do bebê virado para baixo e apliquei três tapinhas nas costas dele. O menino não reagiu, então repeti o procedimento. Aí sim ele começou a tossir e a expelir o leite”. Hélio, então, encaminhou o bebê à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) mais próxima, onde o pequeno Felipe foi avaliado por pediatra e recebeu alta pouco depois.
Aline Silva Campos, mãe do garoto, conta que estava dando mamadeira ao bebê quando ele pareceu tomar um susto e parou de respirar. Assustada, ela chamou o marido, que saiu em busca de ajuda e encontrou Helio. Aline agradece pela ação do servidor da Defesa Civil. “Foi Deus que enviou esse anjo naquele momento de desespero”, diz ela. Hoje o bebê está bem, em casa e brincando com sua irmã, Agatha, de 7 anos. A família do garoto é moradora do Parque das Flores, em Mauá.
Para evitar esse tipo de engasgamento é recomendado que o bebê, ao ser amamentado, não fique deitado na horizontal. O mais apropriado é que a criança esteja um pouco inclinada para que o leite não pare na garganta, obstruindo as vias aéreas. Caso ocorra um engasgamento, a manobra apropriada envolve segurar, com o braço, o bebê de bruços e inclinado para baixo (segurando o queixo da criança e mantendo sua boca aberta). Então, aplicar de três a cinco tapinhas nas costas do bebê, na região entre as escápulas (altura do pulmão) para forçar que o líquido desobstrua a garganta.
Caso a criança continue engasgada, deve-se virar o bebê para cima e aplicar cinco compressões na região torácica (com cuidado para não exagerar na força) e repetir a manobra até que o objeto seja expelido.
É de vital importância procurar ajuda médica, mesmo após a criança ter desengasgado.
Em caso de emergência, o munícipe deve ligar imediatamente para o 192 e informar o fato.