Membros da CPI da OAS de São Bernardo disparam criticas ao Judiciário
Vereadores afirmam que Justiça tem prejudicado investigações e que o “País vive a ditadura da Toga”
Vereadores afirmam que Justiça tem prejudicado investigações e que o “País vive a ditadura da Toga”
Integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da OAS, na Câmara de São Bernardo, que investigam denúncias de supostos pagamentos de propinas em obras durante a gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), endureceram as críticas contra o Judiciário durante entrevista coletiva concedida à imprensa nesta quinta-feira (03/06).
O presidente da CPI, Maurício Cardoso (PSDB), e o relator Julinho Fuzari (DEM) lamentaram o fato da concessão de liminar e HC (Habeas Corpus) a favor de pessoas que poderiam ajudar a esclarecer dúvidas. “O país vive a ditadura da toga”, afirmou Fuzari ao acrescentar que “força maiores” estão por trás do que ocorre para dificultar as investigações.
“Não vamos nos calar, se hoje os corruptos, aqueles que roubaram a nossa cidade estão circulando livremente, morando em palacetes é por incompetência do Poder Judiciário que não prenderam eles até agora. Agora se eles não vão fazer a parte deles, nós iremos até o fim para fazer a nossa parte”, completou o relator Fuzari.
A irritação dos parlamentares acontece porque a Justiça proibiu a acareação com ex-diretores da empreiteira sobre os supostos pagamentos de propina em obras. O presidente da CPI afirmou que existem recibos que comprovam o pagamento de propina a agentes públicos e políticos e que já solicitaram o acesso à lista que corre em segredo de Justiça no STF (Supremo Tribunal Federal).
Maurício Cardoso disse que a CPI foi surpreendida nesta quarta-feira (2/6) com um habeas corpus concedido pelo juiz Edegar de Sousa Castro, da 3ª Vara Criminal de São Bernardo, que tornou facultativa a presença de Carlos Henrique Barbosa Lemos, ex-diretor da OAS. Ele seria um suposto responsável pelas negociações de propina que teriam gerado o pagamento de R$ 20 milhões.
Carlos Henrique participaria de uma acareação com Léo Pinheiro, ex-presidente da empresa, e José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho. O objetivo era confrontar os três que indicaram suposta propina com Carlos Henrique que negou qualquer pagamento ilegal em obras da cidade.