Jovens de Ribeirão Pires desaparecem após falsa promessa de emprego no exterior
Mãe de uma das vítimas informou que o último contato foi feito em 7 de novembro; ela também procurou a embaixada brasileira
Mãe de uma das vítimas informou que o último contato foi feito em 7 de novembro; ela também procurou a embaixada brasileira
Dois jovens, de 25 anos, ambos moradores da Quarta Divisão em Ribeirão Pires, estão desperecidos após aceitarem uma falsa proposta de emprego na Tailândia. As vítimas são Nathalia Munhoz e Patrick da Silva Palma de Lopes. Segundo Vanessa Aparecida Belchior, Munhoz, mãe de Nathalia, o último contato foi feito em 7 de novembro.
Segundo a mãe, a filha e mais um grupo de pessoas foram levados no mês de julho para Bangkok, onde supostamente trabalhariam com Telemarketing. Porém, ao chegarem no aeroporto, eles foram abordados por homens com metralhadoras que os sequestraram. Todos foram colocados em um automóvel e levados até a cidade de Mae Sot, em Myanmar, que fica a seis horas de distância da Tailândia.
As passagens foram doadas ao grupo que grupo descobriu no local que iriam trabalhar como “scammers” dando golpes em clientes em várias partes do mundo. Até 7 de novembro, eles conseguiram manter contato, mas depois dessa data os celulares teria sido confiscados.
A mãe informou que a filha e o grupo permaneceram em cativeiro durante três meses e realizaram trabalhos forçados neste tempo em que foram mantidos como prisioneiros. Após esse período, eles conseguiram negociar a liberdade e seus familiares pagaram cerca de US$ 6 mil (equivalente a 31.954,20) pelo resgate. Apesar de terem efetuado o pagamento, ainda foram obrigados a ficar no local por mais 20 dias até que a entrega dos seus respectivos passaportes.
Apesar de todas essas exigências, em 7 de novembro um grupo composto por 10 brasileiros, juntamente de Nathalia e Patrick, foram levados para uma suposta delegacia, onde ficaram detidos e tiveram seus pertences retirados. Na última mensagem enviada por Nathalia, ela disse que se em 24 horas ela não retornasse, os parentes deveriam entrar em contato com a embaixada e as autoridades.
Depois disso, a família passou a ficar desesperada, pois não houve mais contatos.
Veja o que a embaixada do Myanmar disse em comunicado sobre a atual situação:
“Prezado, agradecemos a mensagem enviada. Esta embaixada expressa grande preocupação desde a primeira denúncia e continuamos trabalhando para a resolução da situação o quanto antes. Estamos em contato constante com diversos órgãos e autoridades no país no intuito de garantir a segurança e liberação dos 15 brasileiros que foram trazidos a Myanmar sem conhecimento e mantidos no complexo chamado “KK Park”. Em relação aos 10 brasileiros que foram liberados do “KK Park” e que se encontram atualmente detidos na delegacia de Myawaddy , estamos em contínuo diálogo com a autoridade local e fomos informados que os nacionais estão sendo bem tratados. O departamento de imigração na cidade informou que finalizou as entrevistas pessoais para avaliação de situação de cada um. Continuamos em contato diário com os Ministérios, órgãos e autoridades nacionais e locais para que essa situação seja resolvida o mais rápido possível. Informamos ainda que estamos em coordenação com diversas embaixadas, em esforço conjunto, para que ocorra também a liberação de todas as pessoas de diversas nacionalidades que se encontram em situação semelhante”.