Fura fila: Gerente de UBS de Diadema autoriza vacinação em 9 amigos e familiares
Vereador Cabo Angelo recebeu denúncia anônima sobre irregularidade e cobra providências do poder público; Prefeitura afirma que já afastou o profissional
Vereador Cabo Angelo recebeu denúncia anônima sobre irregularidade e cobra providências do poder público; Prefeitura afirma que já afastou o profissional
Nove amigos e familiares do gerente de UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Inamar furaram a fila da vacinação da Covid-19. Todos foram imunizados no mês de março. O vereador Cabo Angelo foi quem recebeu uma denúncia anônima e iniciou uma apuração sobre o fato. De acordo com o parlamentar, a unidade utilizou a “xepa”, que é a sobra da vacina, para vacinar pessoas fora do grupo prioritário. Entre os vacinados estava a namorada do gerente, de 23 anos. Na lista, constam ainda o nome de moradores de Jundiaí e Fernadópolis, no interior do Estado
Segundo a denúncia todos forneceram o mesmo endereço: Rua Betegeuse, número, número 20. “Além de tipificado na Lei Estadual 17.320/2021 que estabelece penalidades para quem infringir as regras de qualquer um dos planos de imunização estadual ou federal contra a Covid-19, o gerente ainda anotou como comprovante de endereço, um local que não existe que também foi alvo de uma prévia investigação deste vereador. A rua realmente consta no mapa geográfico da cidade, porém, o número 20 apontado como fiel, não existe em toda a extensão da via”, afirmou o vereador Cabo Angelo .
A Prefeitura de Diadema, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), informou que, imediatamente após tomar conhecimento sobre a gravidade das denúncias em relação à vacinação na UBS Inamar de nove pessoas (aplicação de doses remanescentes em desacordo com as diretrizes estabelecidas pela SMS), tomou todas as medidas legais cabíveis: afastou o profissional envolvido e abriu Processo Administrativo junto à Comissão Processante Permanente a fim de apurar as responsabilidades sobre os fatos apresentados. Como medida punitiva, o profissional já foi demitido.
“A SMS repudia veementemente o ocorrido e ressalta que foi um ato individual e isolado, que não reflete a realidade da rede. É lamentável que, em um momento de pandemia e onde a vacinação se mostra o caminho mais seguro para proteger a vida, a atitude de um profissional coloque sob questionamento todo trabalho árduo e sério que vem sendo feito exaustivamente pela equipe de enfermagem da cidade. A gestão não pactua com a atitude e deixa claro que não irá tolerar erros e desvios de conduta de nenhum profissional. Também preza pela transparência e lembra que a Ouvidoria da Saúde [(11) 4057-7000 (Ouvidoria) ou e-mail: ouvidoriadasaude@diadema.sp.gov.br], está à disposição da população para denúncias sobre qualquer tipo de irregularidade que serão tratadas com o mesmo rigor”, informou a nota.
A gestão afirmou que “seu compromisso em manter uma Campanha de Vacinação segura” e que siga as diretrizes dos Planos Nacional e Estadual de Imunização.
“Por fim, esclarecemos que a aplicação das doses remanescentes em Diadema tem regras claras estabelecidas por Documento Técnico assinado conjuntamente pela Coordenação de Vigilância à Saúde e Coordenação de Atenção Básica e podem ser consultadas aqui: http://www.diadema.sp.gov.br/attachments/article/26522/Novas regras vacina Profissionais da saúde”.
De acordo com a denúncia, os vacinados foram:
Catia Souza Oliveira – 23 anos – 13/03 – na época só podia acima de 75 anos
Eliete Almeida Lacerda – 66 anos – 23/03 – na época podia acima de 72 anos
Juscelino José Simensato – 58 anos – 24/03 – na época podia acima de 72 anos
Linei Oliveira Gomes – 61 anos – 24/03 – na época tinha 72 anos
Abel Abrame – 67 anos – 24/03 – na época podia acima de 72 anos
Neide Aparecida Simensato – 64 anos – 24/03 – na época podia só 72 anos
Elba Pereira Barbosa – 62 anos – 27/03 na época só podia acima de 69 anos
Eli Carneiro Pereira – 67 anos – 27/03 – na época só podia acima de 69 anos
Henrique (não foi revelado o sobrenome, somente que é uma pessoa de de confiança do gerente).
Segundo a denúncia, Neide e Abel são de Jundiaí e Juscelino e Linei Oliveira são de Fernadópolis.