Em reunião com Tarcísio, prefeitos elevam tom contra serviços da Enel
Prefeitos do ABCD dizem que reunião serviu de desabafo para os prefeitos da região metropolitana que estão insatisfeitos com concessionária
Prefeitos do ABCD dizem que reunião serviu de desabafo para os prefeitos da região metropolitana que estão insatisfeitos com concessionária
Os prefeitos da região metropolitana de São Paulo se reuniram nesta segunda-feira (13/11) com o governador Tarcísio de Freitas para falar sobre os serviços prestados pela Enel. As críticas foram duras contra a empresa que têm a concessão do serviço de Energia até 2028. Os administradores relataram até casos de próprios públicos que demoram para serem inaugurados por falta de energia elétrica. Eles cobraram ainda multas “pesadas” contra a Enel.
Os prefeitos do ABCD, com exceção do de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), que foi o único a não comparecer na reunião mesmo sendo o presidente do Consórcio Intermunicipal, foram bastante críticos.
O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, chegou a dizer que o serviço da Enel “é um lixo” e moverá ação na Justiça.
O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior, disse que a reunião foi importante para todos exporem os problemas, bem como solicitar mais rigor na execução do contrato. “Mais uma importante reunião no Palácio dos Bandeirantes, com o governador Tarcísio de Freitas, para tratarmos do descaso da Enel no último episódio de falta de energia em São Caetano. A agência do Governo Federal que fiscaliza o serviço nos deu o compromisso de punir a Enel e também de buscar o ressarcimento dos prejudicados”, afirmou.
O prefeito Guto Volpi, de Ribeirão Pires, lembrou que as cidades, inclusive a que ele administra, fizeram CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) contra a Enel devido às inúmeras reclamações da população.
O prefeito de Santo André, Paulo Serra, disse que foi sugerida durante a reunião uma revisão do contrato contra a Enel.
A prefeita Penha Fumagalli, de Rio Grande da Serra, afirmou que a reunião serviu para os administradores exporem que os problemas enfrentados pelos municípios vêm de longa data e não estão resumidos ao problema do vendaval ocorrido na última semana.
Diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) participaram da reunião e foram cobrados para que tenham uma postura mais dura diante das queixas apresentadas.
Crise
A crise envolvendo a Enel se agravou nos últimos dias porque cerca de 4 milhões de endereços chegaram a ficar sem energia em todo o estado em decorrência de fortes chuvas e rajadas de vento no dia 3 de novembro. Desse total, 2,1 milhões foram na região metropolitana. A Enel levou quase uma semana para resolver os problemas
Na ocasião, diversas regiões do interior e do litoral foram atingidas por eventos climáticos extremos, com tempestades e rajadas de vento de mais de 100 km/h.
A força do temporal derrubou centenas de árvores e provocou graves danos à infraestrutura elétrica na capital e cidades por todo o estado. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros ainda confirmaram oito mortes em decorrência das chuvas.
A destruição da rede de distribuição de energia também provocou falta de água em regiões da capital e municípios da Grande São Paulo atendidos pela Sabesp.
O governador disse na última semana que as concessionárias e a Aneel vão estudar, em prazo de até 30 dias, a implementação de um plano especial de atendimento a clientes residenciais e comerciais que tiveram prejuízos pelo período prolongado sem energia. Tarcísio enfatizou a necessidade de atenção especial a consumidores de baixa renda e pequenos negócios.
CPI
A deputada Carla Morando, relatora da CPI da Enel na Alesp, participou da reunião desta segunda-feira e mais uma vez criticou a concessionária e os serviços prestados. Ela ainda avaliou como “absurda” a atitude do presidente da Enel de buscar uma liminar que lhe dá o direito de ficar calado durante a oitiva desta terça-feira (14/11), na Assembleia Legislativa.