
A Justiça de São Paulo acatou o pedido de relaxamento da prisão temporária para cinco dos doze indiciados pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) sob suspeita de participação no óbito do delegado Ruy Ferraz Fontes, executado com disparos de fuzil em 15 de setembro, na cidade de Praia Grande, litoral de São Paulo.
O grupo, que inclui a moradora de Diadema Dahesly Oliveira Pires, responderá ao processo em liberdade, mas sob monitoramento eletrônico, após o juiz do caso decidir impor medidas cautelares em vez de decretar a prisão preventiva, como solicitado pelo DHPP.
Quem são os soltos
Os cinco suspeitos liberados pela Justiça são:
- Dahesly Oliveira Pires (25 anos, moradora de Diadema);
- Luiz Henrique Santos Batista (38 anos, o Fofão);
- Rafael Marcell Dias Simões (42 anos, o Jaguar);
- Danilo Pereira Pena (36 anos, o Matemático);
- José Nildo da Silva (47 anos).
Os demais sete acusados seguem presos preventivamente pelos crimes de homicídio qualificado consumado e tentado, porte ou posse de arma de fogo de uso restrito e integração a organização criminosa.
O Papel da Moradora de Diadema no Crime
Dahesly Oliveira Pires foi presa na madrugada de 18 de setembro, três dias após a execução. Segundo a investigação policial, ela é namorada de um dos suspeitos da execução e teria sido responsável por transportar um dos fuzis usados no óbito da Praia Grande para a região do ABC Paulista. Ela já tinha passagem por tráfico de drogas.
Embora tenha alegado não saber o que estava na sacola que transportou, a polícia manteve a suspeita de seu envolvimento logístico no delito.
O DHPP informou que o grupo de cinco liberados não atuou diretamente na execução do delegado, mas foi indiciado por organização criminosa. O advogado de três dos acusados (Jaguar, Fofão e Matemático) comemorou a soltura e chegou a afirmar que seus clientes não têm “ligação alguma com a morte do delegado”.
- José Nildo da Silva é acusado de abrigar o atirador Umberto Alberto Gomes em uma residência em Itanhaém após o atentado.
- Rafael Marcel Dias Simões (Jaguar), apontado como integrante do PCC, teria auxiliado na fuga de Luiz Henrique Santos Batista (Fofão), a mando de Danilo Pereira Pena (Matemático).
Investigação
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral de São Paulo, foi executado com 12 tiros de fuzil na noite de 15 de setembro de 2025.
O DHPP concluiu a primeira fase das investigações indiciando 12 pessoas por envolvimento direto e indireto no crime. A Polícia Civil não tem dúvidas de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) está envolvido no planejamento e execução.
Dos 14 nomes que apareceram como participantes do ataque, um deles, Umberto Alberto Gomes, apontado como o atirador principal, morreu em confronto com a polícia no Paraná no final de setembro. Um outro indivíduo presente em um dos carros usados no ataque ainda não foi formalmente identificado.
A motivação e os mandantes do crime são alvos de outros inquéritos que seguem em andamento sob responsabilidade do DHPP.
