Conversa entre Fábio Palacio e advogado aponta indícios de caixa 2 na campanha
Diálogo foi gravado sem o conhecimento de candidato a prefeito e está registrada com documento em cartório
Diálogo foi gravado sem o conhecimento de candidato a prefeito e está registrada com documento em cartório
O candidato oposicionista à Prefeitura de São Caetano Fabio Palacio (Podemos) falou sobre a composição de um suposto caixa 2 durante conversa gravada pelo então aliado político Getúlio Filho, advogado e candidato a uma vaga na Câmara Municipal.
Desta série de diálogos, da qual também participou o assessor Juan, Palacio afirma: “Eu te sugeriria, como você já tem meus 10 mensal, vem com 10, a gente faz os 10 virar 20, e depois lá na reta final, a gente faz os dois últimos meses”, diz Palacio, sendo logo em seguida questionado por Getúlio sobre quanto tempo falta.
“Ó, tem seis meses daqui pra frente: abril, maio, junho, julho, agosto (campanha em setembro) 10, 10, 10, 10 somou 40”, responde Palacio. Não há informações ou registros da origem do recurso ou se o dinheiro é contabilizado na campanha de Palacio à Prefeitura de São Caetano.
Essas são apenas nuances da conversa que foi gravada por Getulio sem o conhecimento de Palacio. Foi o próprio Getúlio quem protocolou no cartório (3º tabelião de notas) um documento chamado ata notarial, que é um instrumento utilizado para relatar e confirmar um fato ou acontecimento juridicamente relevante. Neste caso, trata-se da constatação do conteúdo de uma conversa gravada eletronicamente através de um celular e registrada no dia 21 de agosto.
Questionado pelo ABCD JORNAL a respeito da conversa e da gravação, Palacio diz que com relação ao inquérito policial em que o ex-aliado Getúlio Filho é investigado criminalmente pela prática de extorsão, “a questão está sendo tratada por nosso corpo jurídico. O que deixo claro, é que não vou aceitar nenhum tipo de ameaça e extorsão. Da minha parte, sigo totalmente dedicado à campanha, a discutir os assuntos e o futuro de São Caetano, a mostrar como a cidade pode avançar mais e deixar para trás um modelo de governo ultrapassado”, diz, através de uma nota.
Desejo de agressão?
“Eu falei, cara, eu tenho vontade de dar uma porrada na cara do Tite”. O autor da frase polêmica é do candidato a prefeito de São Caetano, Fabio Palacio, referindo-se ao adversário governista Tite Campanella, durante uma conversa com o pleiteante a uma vaga no Legislativo da cidade, Getúlio Filho.
No momento da frase em que Palacio sugere uma hipotética agressão física a Tite, a conversa tratava de rumores de que o candidato teria lançado a esposa Agatha Palacio como candidata a vereadora na cidade para “garantir uma boquinha” na Câmara no caso de perder a eleição.
Nordestino
Em um dos momentos da conversa, ao referir-se ao candidato à reeleição, o vereador Ubiratan Ribeiro Figueiredo (União), Juan (que é braço direito de Palacio) trata o parlamentar como “nordestino do car…”.
Bira nasceu na cidade de Caracol, Piauí, e recebeu o título de Cidadão Sulsancaetanense pelos relevantes serviços prestados para a cidade. A política e o jornalismo sempre foram suas principais diretrizes ideológicas e profissionais. Além de jornalista e empresário, é ativista da causa animal, o que faz os interlocutores concluírem que ele não precisa “se juntar”, como os demais candidatos do grupo têm feito.
“Então, não é por aí porque o Bira não precisa se juntar”, diz Palacio, sendo, logo em seguida interrompido pelo assessor Juan, que afirma: “É nordestino, né. Nordestino do ca…”
Também nordestino, o vereador Jander Lira usou a tribuna da Câmara e pediu explicações a respeito da omissão de Palacio sobre as acusações. O parlamentar entrará na justiça alegando prática de xenofobia.