Com empregos e dias parados garantidos, metalúrgicos da GM suspendem greve
Proposta de acordo entre montadora e sindicatos é aprovada em assembleia
Proposta de acordo entre montadora e sindicatos é aprovada em assembleia
Depois de 17 dias de mobilização, os metalúrgicos da General Motors suspenderam a greve e retornaram ao trabalho nesta quarta-feira (08/11). As negociações entre a montadora e os sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes chegaram a uma proposta de acordo, aprovada em assembleia.
O acordo condiciona a suspensão da paralisação ao pagamento dos dias parados para todos na fábrica e licença remunerada para quem havia sido demitido. Também foi aprovado aviso permanente de greve, ou seja, caso a empresa não cumpra o acordo aprovado, a paralisação será retomada.
Nas reuniões ocorridas na segunda (6) e terça-feira (7), a insistência da montadora em descontar os dias parados travou o avanço das negociações, até que se chegou à proposta apresentada hoje na assembleia.
As negociações continuarão nos próximos dias para busca de alternativas que evitem futuras demissões. Uma comissão de sete trabalhadores foi formada e aprovada em assembleia para acompanhar as reuniões.
A GM já havia se comprometido a cancelar as 1.244 demissões nas três fábricas, obedecendo à determinação judicial, mas descontou os dias parados durante a greve e insistia em rasgar o acordo de layoff que estabelece estabilidade no emprego para todos da fábrica de São José dos Campos até maio de 2024.
O cancelamento das demissões foi determinado, por meio de liminar, pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT da 2ª e 15ª) e pelo Tribunal Superior do Trabalho. Uma audiência de conciliação estava prevista para hoje no TRT, mas foi cancelada, em razão do acordo aprovado na assembleia.
Luta histórica
A luta contra as demissões na GM já pode ser considerada uma das mais importantes da categoria metalúrgica. A luta foi unificada entre os cerca de 12 mil trabalhadores da GM no estado de São Paulo, que levou à paralisação de 100% da produção de veículos nessas fábricas.
Com a greve, iniciada no dia 23 de outubro, os trabalhadores conseguiram cancelar as 1.244 demissões. A batalha também aconteceu nos tribunais, com ações movidas pelos sindicatos pedindo a reintegração de todos os demitidos.