
O ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, deixou o hospital DF Star, em Brasília, na tarde deste domingo (14/09), após ser submetido a um procedimento médico. O ex-chefe do Executivo realizou uma cirurgia para remover oito lesões de pele e recebeu tratamento para um quadro de anemia por deficiência de ferro.
A ida ao hospital, autorizada por Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi a primeira vez que Bolsonaro saiu de sua residência desde que foi condenado a 27 anos e três meses de prisão na última quinta-feira (11), acusado de suposta tentativa de golpe de Estado. Ele está em prisão domiciliar desde 4 de agosto.
Detalhes do procedimento e estado de saúde
O médico Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica que acompanha o ex-presidente, informou que as lesões de pele removidas serão enviadas para biópsia. Segundo o médico, o ex-presidente está “bastante fragilizado” e ainda apresenta um “quadro eventual de soluços”, além da anemia recém-identificada.
De acordo com o boletim médico, a cirurgia transcorreu sem intercorrências, realizada sob anestesia local e sedação. Para tratar a anemia, Bolsonaro recebeu uma reposição de ferro por via endovenosa. Ele deverá retornar ao hospital em cerca de 10 a 15 dias para a retirada dos pontos.
Bolsonaro chegou ao hospital por volta das 8h da manhã e, além da equipe de segurança, foi acompanhado na saída por seus filhos Carlos Bolsonaro e Jair Renan. Apoiadores o aguardavam na frente da unidade hospitalar e gritaram “mito” em sua chegada. A defesa do ex-presidente deverá encaminhar ao STF, em até 48 horas, um atestado detalhado com os horários de seu atendimento no hospital.
Condenação e futuro judicial
Bolsonaro foi condenado na última quinta-feira (11) pela Primeira Turma do STF, junto com outros sete réus. O ex-presidente recebeu a maior pena, acusado de liderar o grupo.
A execução da pena, no entanto, só deve começar após o trânsito em julgado do processo, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso. Até lá, Bolsonaro continuará em prisão domiciliar, respeitando as medidas cautelares impostas, como restrição de visitas e proibição de uso de celular. Quando a execução da pena for decretada, a defesa de Bolsonaro poderá entrar com um pedido de prisão domiciliar, alegando a saúde frágil e a idade avançada do ex-presidente.
