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Vereadores da base aliada do prefeito Paulo Serra se rebelam

Parlamentares reclamam da falta de atenção aos seus pedidos junto ao governo, segundo informou o vereador Bahia

  • Vereador Ricardo Alvarez diz que Câmara é submissa ao governo Paulo Serra, enquanto Bahia reclama da falta de atenção e diálogo do governo.
    Foto: Rodrigo Pinto
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 15/06/2021
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Parlamentares reclamam da falta de atenção aos seus pedidos junto ao governo, segundo informou o vereador Bahia

Vereador Ricardo Alvarez diz que Câmara é submissa ao governo Paulo Serra, enquanto Bahia reclama da falta de atenção e diálogo do governo. Foto: Rodrigo Pinto

Vereadores da base aliada do prefeito Paulo Serra (PSDB) estão insatisfeitos quanto ao tratamento recebido do governo, principalmente com relação aos seus pedidos, entre eles os serviços de zeladoria. O clima na Câmara na sessão dessa terça-feira (15/05) era de rebeldia e questionamentos.

O vereador Evilásio Santana, o Bahia (PSDB), era o mais irritado com a situação. Bahia informou aos jornalistas que já houve uma reunião que teve a participação de oito vereadores. Segundo o tucano, além dele, o encontro contou Ana Veterinária (DEM), Bahia do Lava Rápido (PSDB), Carlos Ferreira (PSB), Ricardo Zóio (DEM), Edilson Santos (PV), Toninho Caiçara (PSB) e Dr. Pedro Awada (Patriota).

“Alguns secretários têm feito pouco caso dos vereadores. O que nós queremos é respeito no atendimento às nossas demandas. O que pedimos, às vezes, é jogado no canto”, reclamou Bahia. “Meu mandato não é vendido e não vou entregar a chave para ninguém”, completou o tucano.

O parlamentar ainda se queixou que muitos projetos encaminhados à Câmara seguem para aprovação de forma rápida, sem que a bancada tenha tempo de analisar o conteúdo com mais profundidade. “Precisamos conversar mais sobre os projetos que têm vindo para a Câmara no embalo. Não dá tempo para pensar e já tem de votar”, criticou Bahia.

Além dos oito vereadores da base de sustentação que, segundo Bahia, estão insatisfeitos com o tratamento, o governo enfrenta a oposição de outros três parlamentares: Eduardo Leite e Wagner Lima, ambos do PT, e Ricardo Alvarez (Psol). Esse último também disparou críticas ao Executivo. “A Câmara tem sido submissa ao governo. Infelizmente não existe diálogo. O prefeito acha que pode tudo e não pode ser assim. Os vereadores precisam ter liberdade para trabalhar”, disse Alvarez.

O líder do prefeito na Câmara, professor Minhoca (PSDB), saiu em defesa da administração. “O governo trabalha muito. Pra mim é um prazer ser o líder de um governo bem avaliado. Converso com todos os vereadores, independente do partido. Mas ocorre que os novos vereadores querem mostrar serviço, querem resolver as demandas de forma rápida, mas na política demora. Queremos atender um por um, tirar as coisas do papel e isso vai acontecer”, disse o líder ao acrescentar que a maior parte dos pedidos são podas de árvores na cidade.  “O governo trabalha incansavelmente para atender a todos”, completou.

Ao ser questionado pelos jornalistas se tem receio de um agrupamento de uma ala mais independente neste segundo semestre, Minhoca afirmou que não. “Os vereadores solicitaram a presença de secretários para explicar projetos e, na próxima semana, já teremos dois aqui na Câmara”, finalizou ao citar o de Gestão, José Police Neteo, e o de Saúde, Márcio Chaves.

Prefeito 

Ao ser indagado sobre insatisfação de alguns vereadores em relação ao seu governo, o prefeito afirmou que não tem conhecimento, mas disse entender qualquer descontentamento com relação a solicitações não atendidas.

“Eu não tenho notícia disso, eu converso muito com os vereadores, claro que a Pandemia acaba afastando reuniões que a gente fazia, mas eu não acredito nem em oposição sistemática ou base sistemática, eu não trabalho assim. A gente trabalha com os bons projetos pra cidade e os vereadores podem contribuir, discutir, se há algum descontentamento, é  natural, pode haver, um pedido não atendido, uma rua não asfaltada, uma árvore que não foi podada. é normal, eu já fui vereador eu sei como é isso, mas tudo se revolve na questão do diálogo, eu acho que nós estamos muito longe de qualquer clima eleitoral pra ficar discutindo se tem oposição ou sustentação, primeiro precisamos vencer a pandemia de maneira definitiva pra aí sim pensar em ano eleitoral e discutir outras coisas”, concluiu Paulo Serra.