Cidades

Três pessoas morrem por falta de oxigênio na AME de Santo André

Vítimas são uma senhora de 82 anos e dois homens de 41 anos

Três pessoas morrem por falta de oxigênio na AME de Santo André. Foto: Divulgação

A falta de oxigênio no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Santo André, causou a morte nesta terça-feira (01/06) de três pacientes com covid-19 sendo uma senhora de 82 anos, que foi internada em estado grave nesta madrugada, além de duas pessoas de 41 anos, sendo uma mulher que estava no local desde 15 de maio e um homem que deu entrada em 21 de maio.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que uma sindicância foi aberta para investigar o que ocorreu e que já determinou à Fundação ABC, organização social de saúde gestora da AME, que afaste temporariamente os eventuais responsáveis até a apuração dos fatos.

“A Secretaria de Estado da Saúde determinou a abertura de sindicância no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santo André com relação aos óbitos dos pacientes ocorridos hoje (1). A pasta estadual também determinou que a Fundação ABC, organização social de saúde gestora da unidade, afaste temporariamente todos os eventuais responsáveis até que os fatos sejam apurados. A manutenção da usina de oxigênio já foi realizada e o serviço está totalmente reestabelecido”, afirmou a Secretaria de Estado de Saúde por meio de nota oficial.

A Fundação do ABC emitiu uma nota. “A usina de oxigênio do AME Santo André está em funcionamento há cerca de 10 dias e conta com dois sistemas de backup em caso de eventual pane. O primeiro é uma bateria de cilindros de oxigênio, que é acionada para suprir imediatamente a rede de oxigênio da unidade. Caso o problema da usina não seja resolvido, o segundo backup é o próprio tanque de oxigênio da unidade”, informou.

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A Fundação acredita que pelas apurações iniciais existe a suspeita que o segundo backup não funcionou corretamente.

 A AME recebe desde março pacientes em tratamento contra a Covid-19. A unidade passou a funcionar como um hospital de campanha. O local tem 23 leitos de atendimento. Desse total, 15 são de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e oito são de enfermaria.

 

AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Santo André é gerenciada pela Secretária da Saúde e pela Fundação do ABC. Foto: Divulgação

Leia a íntegra o posicionamento da Fundação do ABC

NOTA OFICIAL

“A Fundação do ABC informa que o Hospital de Campanha Covid-19 do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santo André identificou no início da manhã de hoje, 1º de junho de 2021, que a usina de oxigênio da unidade estava inoperante em função de possível pane elétrica. Assim que o problema foi detectado, o responsável pela manutenção da usina foi acionado e conseguiu reestabelecer o serviço.

A usina de oxigênio do AME Santo André está em funcionamento há cerca de 10 dias e conta com dois sistemas de backup em caso de eventual pane. O primeiro é uma bateria de cilindros de oxigênio, que é acionada para suprir imediatamente a rede de oxigênio da unidade. Caso o problema da usina não seja resolvido, o segundo backup é o próprio tanque de oxigênio da unidade. No caso do AME Santo André, estima-se que o tanque tem capacidade para manter cerca de 20 pacientes por até 24 horas.

As apurações iniciais suspeitam que o segundo backup, ou seja, o tanque de oxigênio da unidade, não funcionou corretamente. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, porém, infelizmente não houve tempo hábil para o atendimento e três pacientes graves vieram a óbito.

A Fundação do ABC lamenta profundamente o ocorrido e prestará total apoio e solidariedade às famílias. A entidade instaurou sindicância para apurar responsabilidades, verificar o que de fato ocasionou a pane na usina e, principalmente, as razões pelas quais os sistema de backup, que deveria suportar a rede de oxigênio por cerca de 24 horas, não funcionou corretamente.

Atenciosamente,

Fundação do ABC.”

Sindicato

O SindSaúde ABC lamentou a morte de três pacientes na manhã desta terça-feira, por falta de oxigênio. “Lamentamos e nos solidarizamos com os familiares e amigos das vítimas”, disse o presidente do SindSaúde ABC, Almir Rogério (Mizito). “Esperamos que a Fundação do ABC, que administra a AME em parceria com o estado, assuma a responsabilidade e que os profissionais da saúde que trabalham na unidade sejam preservados”, concluiu o dirigente.

 

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Gislayne Jacinto

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