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Travetis de Sto.André são alvejadas com balas de borracha, denuncia ONG

Organização Não-Governamental afirma que travestis acusam policiais militares; não foram registrados Boletins de Ocorrência

  • Travesti foi atingida por tiro de borracha.
    Foto: Divulgação
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 27/07/2019
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Organização Não-Governamental afirma que travestis acusam policiais militares; não foram registrados Boletins de Ocorrência

 

Travesti foi atingida por tiro de borracha. Foto: Divulgação

 

O ONG (Organização Não-Governamental) ABCDs, que luta pela aplicação de políticas públicas para população LGBT, denuncia que travestis de Santo André estão sendo alvejadas por balas de borracha. De acordo com a entidade, os tiros partiram de policiais militares, conforme relatos que chegaram até a instituição.
Segundo a ONG, a última travesti a levar um tiro de bala de borracha foi Estafane Bezerra, de 34 anos, na última segunda-feira (22/07). “Não é só ela, outras já foram alvejadas também. Infelizmente, há uma minoria de policiais que é homofóbica. São em determinados plantões que acontece isso”, afirmou a ONG ao relatar que não houve registro de BOs (Boletins de Ocorrência) por medo de represália.
Segundo a ONG, o poder público local também não tem políticas públicas e nem uma assessoria específica na Prefeitura para defender as travestis neste tipo de situação.
Para essa Organização Não-Governamental, seria possível descobrir os autores se pegassem imagens de segurança no local. Santo André conta com 300 câmeras de monitoramento espalhadas pela cidade.
Estafane Bezerra disse que atua na Avenida Industrial há 17 anos. Ela disse que estava acompanhada de outras travestis que também trabalham na mesma região, quando uma viatura da polícia se aproximou e disparou balas de borracha. Uma das balas atingiu sua perna. Não foi anotada a placa da viatura.
“Só estava trabalhando e não entendi o motivo dessa violência. Ficamos com medo da polícia e , por isso, não registramos BO”, afirmou.

A Secretaria de Segurança do Estado foi procurada e afirmou que as polícias Civil e Militar até o momento, não foram localizados registros de ocorrência sobre os fatos mencionados. “A Corregedoria da PM está à disposição da vítima para formalização de denúncia, a fim de que os fatos sejam devidamente apurados”, disse  por meio de nota.

A Secretaria de Segurança da Prefeitura de Santo André não tem conhecimento do fato. “Caso sejam encaminhadas as denúncias, as imagens serão solicitadas para investigação”, informou por meio de nota.