
A aprovação de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de São Caetano do Sul para investigar as dívidas deixadas pela gestão do ex-prefeito José Auricchio Júnior tem gerado repercussão na cidade. O atual chefe do Executivo, Tite Campanella, se manifestou sobre o tema, enfatizando a independência do Legislativo e detalhando os desafios financeiros herdados por sua administração.
Questionado sobre a pertinência da CPI, Tite Campanella foi taxativo: “A Câmara não pode se omitir de um dado que é importante para a cidade.” O chefe do Executivo utilizou a situação da saúde como exemplo da necessidade de apurar os fatos. Ele mencionou a cobrança da população por serviços de saúde e a dificuldade de gerenciar a pasta com recursos limitados. “A população cobra serviço da gente, ela me cobra uma UBS aberta até as 9 horas da noite, e eu preciso reduzir de alguma maneira,” explicou, complementando que sua gestão busca “ajustar as coisas” diante de “pouco dinheiro para fazer o que a cidade precisa que a gente faça.”
Sobre a possível CPI significar um rompimento político entre ele e o ex-prefeito Auricchio, Tite Campanella descartou a ideia. “Aí você tem que perguntar para a Câmara, não tem rompimento nenhum, não existe essa questão política da minha parte”, disse. Ele transferiu a responsabilidade de explicar o objetivo da CPI para o Legislativo: “Você tem que perguntar para a Câmara, o que a Câmara busca.”
Dificuldades Financeiras e o Impacto na Saúde
Tite Campanella aprofundou-se nos desafios orçamentários, descrevendo o cenário como “o ano mais difícil”. Ele citou a Secretária de Saúde, Dra. Adriana, que teria recebido uma pasta “com orçamento de R$ 110 milhões a menos.” O prefeito questionou: “Como é que você gerencia uma saúde do tamanho da saúde de São Caetano, com R$ 110 milhões a menos nesse custo aí? É muito difícil. E a cidade precisa saber disso.”
Dívida Herdada e Restos a Pagar
O prefeito também forneceu números sobre a dívida herdada da gestão anterior. “A dívida fundada é R$ 825 milhões, R$ 824 milhões” detalhou. Ele comparou esse valor com o final de 2023, quando a dívida era de R$ 420 milhões, mostrando um aumento significativo, em sua avaliação.
Além da dívida fundada, Tite Campanella destacou a questão dos restos a pagar, que são as contas não quitadas da gestão anterior. Segundo ele, o valor estimado é de R$ 320 milhões.”