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Setor administrativo da montadora Toyota será transferido de S.Bernardo

Montadora fez comunicado nesta terça-feira à Prefeitura; informação é que empregos serão mantidos 

  • Trabalhadores na Toyota aprovam acordo de PLR por dois anos.
    Foto: Divulgação
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 05/04/2022
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Montadora fez comunicado nesta terça-feira à Prefeitura; informação é que empregos serão mantidos

Setor administrativo da montadora Toyota será transferido de São Bernardo. Foto: Divulgação

A Prefeitura de São Bernardo do Campo informa que foi comunicada, na tarde desta terça-feira (05 de abril de 2022), de que o setor administrativo da montadora Toyota será transferido de São Bernardo e que os empregos serão preservados.

O comunicado foi feito pelo diretor de Relações Governamentais da empresa, Roberto Braun, ao prefeito Orlando Morando, detalhando que a decisão ocorre porque no espaço industrial estava apenas em funcionamento o operacional administrativo – produção de veículos já estava paralisada. Desta forma, a companhia vai remanejar seus colaboradores para outras filiais, sem realizar demissões.

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, lamentou a decisão da empresa, uma vez que a marca inaugurou sua fábrica no município em 1962 – a primeira unidade construída fora do Japão. Além disso, os representantes da empresa sempre foram bem acolhidos e recebidos pela Administração Municipal, o que não justifica a sua desmobilização da cidade. O prefeito ressalta também que irá procurar o presidente da Toyota do Brasil, Rafael Chang, visando mudar essa decisão da companhia.

A Prefeitura de São Bernardo do Campo vem trabalhando com uma plataforma prioritária na política de empregos, gerando de renda e aquecimento da economia local.

O último balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia, referente ao mês de fevereiro, o município registrou saldo positivo de 2.358 novos postos de trabalho criados, número que o colocou na liderança do quesito de geração de empregos com carteira assinada na região do Grande ABC. No período, foram 12.052 contratações e 9.694 demissões na esfera local, computando variação de 0,94%. O levantamento assinado pelo governo federal aponta que São Bernardo é puxado, principalmente pelo setor de serviços, responsável por 7.984 contratações no mês, saldo de 2.137, e pela construção, com 718 empregos formais, sendo 156 de saldo. Na sequência aparece comércio com 2.177 carteiras de trabalho assinadas.

A cidade de São Bernardo tem somado investimentos diretos de mais de R$ 9 bilhões entre 2021 e 2022, gerando até 230 mil postos de trabalho, de acordo com mapeamento desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). As projeções englobam aportes privados (R$ 6,5 bilhões), públicos (R$ 2,2 bilhões) e parcerias (R$ 340,3 milhões).

Sindicato

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC criticou a iniciativa de transferência.

Leia a íntegra da nota:

 “A direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC recebeu com surpresa a notícia do fechamento da Toyota em São Bernardo do Campo, empresa com cerca de 580 trabalhadores nesta terça-feira, dia 5 de abril.

A montadora toma tal decisão de forma irresponsável com a falsa justificativa de otimização de custos. Não há motivos plausíveis para o fechamento da planta, que é a primeira fábrica da Toyota fora do Japão.

Nos últimos anos, em toda as negociações com o Sindicato, a Toyota vinha insistindo que a planta não fecharia e que havia planos para a unidade e seus trabalhadores.

A empresa chegou a comunicar o Sindicato que os produtos atuais garantiriam a permanência da fábrica pelos próximos três anos e afirmava que a unidade era produtiva, competitiva e lucrativa. Em todas as conversas com a montadora, pautamos questões relacionadas a investimento na planta.

Acreditamos que a empresa poderia reorganizar a produção para se manter em São Bernardo ou trazer investimento, assim como vem fazendo em outras plantas. Há outras alternativas que não o fechamento. Todos os argumentos são injustificáveis!

A falta de políticas voltadas para a indústria nas esferas estadual e federal acentua a situação. O Sindicato tem pautado políticas públicas que promovam o crescimento do setor industrial e garantam que as fábricas existentes possam se manter e até receber investimento, porém nem o governo do estado nem o governo federal tem se movimentado em defesa da indústria.

A indústria de transformação que já representou um percentual elevado no PIB brasileiro hoje não passa de 10%. Isso é falta de uma política industrial. O Brasil necessita urgentemente de uma política industrial para que o setor possa voltar a gerar empregos. O ABC é mais um reflexo disso!

O Sindicato se reuniu na tarde desta terça-feira com os trabalhadores e espera que a empresa reveja sua decisão. O Sindicato está aberto para buscar alterativas para a permanência da Toyota em São Bernardo.

Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
São Bernardo do Campo, 5 de abril de 2022″