Serviço de transporte é paralisado em Diadema e prejudica pacientes em hemodiálise
Oposição vai acionar Ministério Público nesta segunda-feira; Prefeitura diz que empresa terceirizada não comunicou o motivo da paralisação
Oposição vai acionar Ministério Público nesta segunda-feira; Prefeitura diz que empresa terceirizada não comunicou o motivo da paralisação
Pacientes que dependem de transporte para fazerem hemodiálise no Centro de Doenças Renais de Diadema foram surpreendidos neste fim de semana com a paralisação do serviço. Eles reclamam que não é a primeira vez que isso acontece.
O vereador de oposição Eduardo Minas (Progressistas) foi procurado pelos pacientes e entrará nesta segunda-feira (18/09) com uma representação no Ministério Público. “Que o prefeito José de Filippi Júnior vem fazendo uma má gestão, não é novidade. Por conta de calotes com os fornecedores, vem trazendo severos prejuízos à população. Já denunciamos que frequentemente as viaturas ficam sem gasolina por conta da falta de pagamento com postos de combustíveis e, agora, não está pagando também a empresa que faz o transporte dos pacientes”, disse Eduardo.
De acordo com o parlamentar, há três meses a empresa não recebe da Prefeitura e há dois meses os motoristas não recebem seus salários. “Não podemos aceitar que vidas humanas sejam colocadas em risco e, por isso, vamos acionar a Justiça porque as pessoas necessitam desse serviço para continuarem seus tratamentos”, afirmou Eduardo.
Drama vivido por paciente
A paciente Tereza de Jesus Rosa, de 67 anos, faz hemodiálise três vezes por semana e lamenta a falta de transporte. O caso dela é mais grave porque não consegue andar e, segundo ela, o meio transporte não é adequado.
“A gente sempre passa por esse tipo de problema. A Prefeitura arruma terceirizada, não cumpre com os compromissos, atrasa os pagamentos e nós é que somos prejudicados. Já gastamos muito com medicação e quando não tem o transporte precisamos gastar com Uber. Aqui da minha casa até o local que faço hemodiálise dá R$ 55 e eu não tenho dinheiro”, disse.
A paciente ainda relatou problemas referente aos horários. “Eles querem fazer os horários deles e não é bem assim. Saio 5 horas da manhã, meu tratamento vai até 9h, mas tenho de ficar esperando até 12 horas para voltar para casa. O hospital não dá comida, ficamos com fome e nossa pressão cai. É preciso entender que estamos doentes. Nós que fazemos tratamento não podemos ficar muito tempo sem nos alimentar”, disse dona Tereza ao acrescentar que seu sonho era ser levada de ambulância ou carro pequeno. “Eu não consigo andar, sou deficiente e preciso de um acompanhante para ajudar a entrar na Van que tem os bancos para crianças e não para adultos. É muito sofrimento. Eu preciso de ajuda. Por favor, me ajudem”, implorou.
O que diz a Prefeitura
A Prefeitura diz que não foi informada pela empresa sobre a paralisação do serviço.
Leia a íntegra:
“Em relação ao solicitado, a Secretaria Municipal de Saúde informa que, até sexta-feira (15), o atendimento foi realizado normalmente. A empresa paralisou ontem (16), porém não formalizou o motivo. A SMS não foi informada da paralisação em tempo hábil para organizar outra forma de atendimento, mas, caso a situação se mantenha, o atendimento será realizado com veículos próprios reorganizados de outros serviços que não são essenciais.
Esclarecemos ainda que todas as vezes que a empresa não atendeu a pasta e não foi formalizado o motivo, ela teve os descontos aplicados além de ter sido notificada formalmente”.