Saul Klein é condenado a pagar R$ 30 milhões por exploração de garotas
Ministério Público do Trabalho diz que empresário fazia o aliciamento de jovens com a promessa de que elas atuaram como modelos
Ministério Público do Trabalho diz que empresário fazia o aliciamento de jovens com a promessa de que elas atuaram como modelos
O empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 30 milhões por explorar garotas. O ABCD Jornal foi o primeiro veículo de comunicação a publicar, em novembro de 2020, que klein enfrentava denúncias na Justiça sobre exploração de mulheres, inclusive menores de idade. Na época, o empresário era candidato a vice-prefeito em São Caetano na chapa de Fabio Palacio.
Segundo o Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP), o empresário aliciava jovens de poder aquisitivo baixo, com idades entre 16 a 21 anos, com a promessa de que elas atuariam profissionalmente como modelos, no entanto, por trás disso havia um esquema de exploração em seu sítio, em Boituva (SP), com festas regadas a bebidas. As garotas eram obrigadas também a manter relação com ele.
De acordo com a Justiça, as mulheres eram submetidas à prostituição e tinha vítima que ficava mais de 24 horas trancada no quarto com Saul Klein. Muitas contraíras doenças sexualmente transmissíveis.
O Ministério Público do trabalhão, na inicial da ação, solicitou R$ 80 milhões de indenização por danos morais coletivos, mas a sentença judicial estabeleceu o pagamento de R$ 30 milhões.
Segundo a Justiça Trabalhista, houve comprovação de atos ilícitos cometidos pelo empresário. “(Saul Klein) mantinha diversas mulheres em condição análoga à de escravas, contratadas para trabalhos sexuais em seu favor”.
O magistrado também sentenciou que ele, por ter influência econômica, infringiu “aspectos íntimos da dignidade da pessoa humana, causou transtornos irreparáveis nas vítimas e mudou definitivamente o curso da vida de cada uma delas”
Os R$ 30 milhões serão destinados a três entidades sem fins lucrativos. O juiz ainda determinou que o Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo e do Ministério Público (MPSP), investiguem os médicos ginecologistas que atendiam às mulheres no sítio de Klein cometeram infração ética ou legal.