
A Delegacia Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de São Bernardo do Campo identificou o responsável por uma série de ataques a ônibus no município e em outras cidades, incluindo a capital. O homem, identificado como Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, é um funcionário público da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) do Estado de São Paulo. e trabalha como motorista do chefe de gabinete do órgão público.
O autor é um funcionário público há 30 anos e confessou ter danificado 16 veículos no último dia 17 de julho, além de ter participado de uma ação semelhante na Avenida Jorge João Saad, na cidade de São Paulo. Ele afirmou que queria “mudar o país” chamando a atenção por meio do vandalismo.
Durante diligências em sua residência e local de trabalho, foram apreendidos um estilingue e pequenas esferas de metal, utilizados nos ataques. As investigações apontam que os crimes foram planejados com antecedência, e que o homem é suspeito de recrutar outras pessoas para promover ataques. A Polícia segue com as investigações para identificar os demais envolvidos.
“As equipes conseguiram identificar o principal suspeito depois de cruzar as informações do carro usado por ele com imagens de câmeras de segurança e do sinal de celular. Com isso, conseguimos colocá-lo em pelo menos 19 casos”, informou o secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, durante coletiva de imprensa.
Os policiais estiveram em dois endereços ligados ao suspeito e encontraram em um armário diversas esferas de metal e na casa dele um estilingue usado nos casos de vandalismo contra os coletivos.
O homem foi descoberto após a identificação de um carro usado por ele nas proximidades dos locais onde aconteceram os atos de vandalismo. O irmão dele, que mora na região de Osasco, é investigado por dar suporte nas depredações. “Essa informação [do envolvimento do irmão] chegou hoje após o segundo interrogatório do suspeito na presença dos advogados”, destacou o delegado Domingos de Paula Neto, da Seccional de São Bernardo do Campo.
Ainda segundo a Polícia Civil, no decorrer das investigações, foram coletados diversos elementos que indicaram que as ações estariam planejadas há alguns meses.
Os suspeitos poderão responder por dano qualificado e atentado contra a segurança de transporte público. Hoje, a Deic de São Bernardo do Campo solicitou à Justiça a prisão preventiva de ambos.
As motivações para o crime e o recrutamento de outros envolvidos nos danos ainda serão esclarecidos pela polícia que continua com as investigações.
“Acreditamos que essa prisão possa alavancar as investigações que estão em curso, pois já temos um desenho do que pode ter acontecido no âmbito desses ataques. Acreditamos que não existe só uma motivação. Existe o efeito manada, o contágio, o propósito inicial, assim como existe alguém pegando onda, uma sucessão de propósitos”, lembrou o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic.
Justificativa
O motorista Edson Campolongo, de 68 anos, disse em depoimento à Polícia que praticou os ataques aos coletivos para “consertar o Brasil” e “tirar o país do buraco”, porém reconheceu que “fez merd4” e “não tem nada a ver o que fez”.
O servidor estadual concursado há 30 anos relatou ainda ter recrutado o irmão, Sergio Aparecido Campolongo, de 56, que participou de ao menos dois ataques. A Polícia pediu a prisão preventiva dos dois.
