
Conviver com o diagnóstico de lúpus já impõe uma rotina de cuidados constantes, acompanhamento médico contínuo e o uso regular de medicamentos. Para quem depende da rede pública, a interrupção do tratamento por falta de remédio traz insegurança não só ao paciente, mas a toda a família.
É o que enfrenta o morador do Parque São Bernardo, Anderson Ferreira Macedo, de 42 anos, que está sem acesso ao Micofenolato de mofetila 500 mg, um medicamento imunossupressor de alto custo, essencial para o controle do lúpus. Anderson está em tratamento há cerca de um ano e realiza acompanhamento médico pela Policlínica.
Segundo o relato, o medicamento não pôde ser retirado no Poupatempo, local onde funciona a Farmácia de Alto Custo, responsável pela dispensação desse tipo de remédio. A informação recebida pela família é de que o item estava em falta, sem previsão clara de reposição naquele momento.
O Micofenolato de mofetila é um imunossupressor que atua reduzindo a ação do sistema imunológico, evitando que o próprio organismo ataque tecidos e órgãos. A interrupção do uso pode provocar crises da doença, dores, inflamações e agravamento do quadro clínico, o que gera apreensão em quem convive diariamente com a condição.
Além do impacto à saúde, o medicamento tem custo elevado, com valor médio em torno de R$ 1.040, o que inviabiliza a compra por conta própria quando ocorre falha no fornecimento público.
Nosso canal ressalta que este não é um caso isolado. Ao longo dos últimos meses, temos recebido outros relatos de pacientes que enfrentam atrasos na entrega de medicamentos de alto custo, situação que afeta diretamente tratamentos contínuos e essenciais.
Nosso canal ressalta que este não é um caso isolado. Em novembro, nosso canal recebeu um alerta preocupante de uma paciente transplantada renal. Angustiada, ela informou a falta dos medicamentos Micofenolato Sódico 360 mg e Tracólimos (para pacientes que realizaram transplantes, pois impede a rejeição do órgão).
A reportagem procurou o Governo do Estado de São Paulo, responsável pela gestão da Farmácia de Alto Custo, e obteve resposta oficial, reproduzida abaixo na íntegra.
NOTA OFICIAL – NA ÍNTEGRA
“A Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) do Estado de São Paulo informa que a aquisição do medicamento micofenolato de mofetila é de responsabilidade do Ministério da Saúde (MS), cabendo aos estados a distribuição aos municípios. A CAF esclarece que recebeu o item do órgão federal com atraso, e no momento, está em processo de distribuição com previsão de regularização até o dia 15 de dezembro.”
