Sabesp vai tratar lixo de Diadema e tarifa passa a ser cobrada na conta de água
Projeto ambiental amplia a atuação da Companhia com a transformação de material orgânico em energia, reduzindo a produção de chorume e poupando aterros
Projeto ambiental amplia a atuação da Companhia com a transformação de material orgânico em energia, reduzindo a produção de chorume e poupando aterros
A Sabesp e a Prefeitura de Diadema assinaram, em 30 de junho, um acordo para a prestação de serviços de tratamento e destinação final do lixo no município, por um prazo de 40 anos. É o primeiro contrato firmado pela Companhia para a disposição adequada dos resíduos sólidos, o que amplia o seu escopo de atuação, além de gerar impactos positivos para o meio ambiente. Também é pioneiro dentro do setor de saneamento. O acordo não inclui a coleta, que continuará a cargo do município.
Com a parceria, o lixo, em vez de ser levado para os aterros (como acontece atualmente), terá como destino uma planta industrial de tratamento de resíduos, onde será feita a separação de materiais recicláveis, transformando o lixo orgânico em combustível derivado de resíduo (chamado “CDR”). A parte reciclável, por sua vez, será destinada a uma Central de Triagem e aproveitada por cooperativas de catadores de lixo.
O produto, CDR, poderá ser comercializado para abastecimento de fornos industriais ou ser destinado para a geração de energia elétrica. Neste caso, a capacidade de geração é de até 140 GWh/ano, suficientes para atender uma cidade 270 mil habitantes.
A previsão é que o projeto entre em operação a partir de dezembro de 2022.
A transformação em energia reduz a produção de chorume e a emissão de metano, o que está alinhado com as práticas de economia circular e a política de aterro mínimo do Governo de São Paulo. Para o município de Diadema, o tratamento do lixo diminui o volume de material e vai poupar os aterros sanitários, gerando impacto positivo para o meio ambiente e para os cofres públicos, já que a manutenção e criação desses locais são um dos principais desafios das cidades em relação às questões ambientais.
O acordo prevê também que a cobrança da taxa do lixo do município mantenha o seu valor atual, sendo transferida da cobrança do IPTU para a conta de água e esgoto emitida pela Sabesp. Com essa receita, a Companhia poderá contratar um operador para fazer a disposição dos rejeitos e a comercialização de recicláveis e do CDR e/ou energia.
A contratação do operador será feita por meio da formação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), formada por Sabesp e parceiro privado. A seleção será feita por chamamento público, nos termos do Regulamento Interno de Licitações e Contratações da Companhia. Assim, serão selecionados um ou mais sócios que reúnam capacidade de investimento, know-how para operar a unidade de processamento de resíduo e expertise na comercialização da energia elétrica. A SPE será a única empresa apta a tratar o lixo do município de modo eficiente e transformá-lo em energia.
O caso de Diadema é pioneiro dentro desse modelo e tem potencial para contribuir com a implementação de políticas públicas (federais, estaduais e municipais) relacionadas ao setor de saneamento básico, meio ambiente e recursos hídricos.
Além disso, o tratamento de resíduos sólidos vai ao encontro dos compromissos da Sabesp com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU. Em especial, o ODS 12, que visa alcançar o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e resíduos e minimizar seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente, e o ODS 11, que visa reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, prestando atenção à qualidade do ar e à gestão de resíduos urbanos.
Tecnologia e Inovação
A Sabesp já trabalha em projetos inovadores voltados à economia circular. O município de Franca é pioneiro na geração de biogás a partir do lodo residual do processo de tratamento de esgoto, combustível que é utilizado nos processos internos da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da cidade.
No ano passado, projeto desenvolvido pela Sabesp e o setor privado em Mogi Mirim implantou a primeira usina fotovoltaica no setor de saneamento do Brasil. Em fevereiro, a Sabesp autorizou a construção de usinas solares nas ETEs de Presidente Prudente, Euclides de Cunha e Paraguaçu Paulista, com o objetivo de ser autossuficiente do ponto de vista energético.