Redeterapia auxilia no tratamento de prematuros no Hospital da Mulher de Sto.André
Técnica na qual bebês da UTI Neonatal são colocados em pequenas redes dentro das incubadoras é oficialmente implementada
Técnica na qual bebês da UTI Neonatal são colocados em pequenas redes dentro das incubadoras é oficialmente implementada
O Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein, em Santo André, oficializou na última quinta-feira (28/11) a implementação do protocolo de redeterapia na UTI Neonatal. O anúncio marcou o encerramento das atividades do Novembro Roxo, Mês de Conscientização sobre a Prematuridade, e contou com a presença do secretário municipal de Saúde, Acacio Miranda, representando o prefeito Paulo Serra.
Técnica que auxilia na recuperação de bebês prematuros, a redeterapia reforça as políticas de acolhimento e cuidado humanizado que vêm sendo implantadas desde 2017 no hospital e na rede de saúde andreense. “Como o próprio nome sugere, o bebê é colocado numa pequena rede de algodão, adaptada ao seu tamanho, dentro da incubadora. Ao simular o posicionamento intrauterino, esse método proporciona mais conforto aos bebês”, explica a supervisora de enfermagem da UTI Neonatal, Carolina Souza Giampaoli.
Entre os benefícios da redeterapia destacam-se melhora no desenvolvimento neuropsicomotor, auxílio no fortalecimento da estrutura muscular, diminuição de estresse, controle de frequência cardíaca e saturação de oxigênio. “Por não estar em cima de um colchão, o bebê sofre menos pressão sobre a pele, evitando lesões. Foram estabelecidos critérios para aplicá-la no Hospital da Mulher, como a utilização por bebês com mais de 1,5 kg, com quadro estável de saúde e que não precisem de oxigenoterapia”, completa Carolina.
O recurso terapêutico ajuda a acelerar o processo de recuperação e alta dos prematuros. O balanço suave da rede de tecido permite que eles fiquem mais calmos e durmam com facilidade.
Segundo a coordenadora médica da UTI Neonatal, Claudia Giolo, o protocolo terá suporte da equipe multiprofissional do Hospital da Mulher. “Todo o tratamento será feito em parceria entre as equipes médica, de enfermagem e fisioterapia, visando a humanização do cuidado e o desenvolvimento seguro dos bebês.”
Mãe dos gêmeos Samuel e Rebeca, Jéssica Alves da Silva, de 33 anos, anos não conhecia o método e gostou do resultado após ouvir as explicações das profissionais e acompanhar a primeira vez do filho na rede. “Samuel está sendo muito bem cuidado, assim como a Rebeca. A redeterapia é uma novidade bastante positiva, que traz calma aos bebês e acredito que vai dar super certo”, diz a moradora do Jardim Santo André. Samuel e Jéssica nasceram prematuros, de 32 semanas, no dia 27 de outubro, com 1,3 kg e 1,6 kg, respectivamente.
Novembro Roxo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um bebê é considerado prematuro quando nasce antes das 37 semanas de gestação. A prematuridade extrema inclui os nascidos antes de 28 semanas – com maiores riscos (inclusive de morte) – e aqueles que, mesmo nascendo após 28 semanas, também apresentam saúde frágil.
O Novembro Roxo visa abordar a questão do aumento do número de recém-nascidos prematuros, melhorar a situação dos bebês e suas famílias e promover políticas públicas que incentivem prevenção, humanização do cuidado e tratamentos adequados. O roxo simboliza sensibilidade e individualidade, características dos bebês prematuros, além de significar transmutação e mudança.
“A técnica de redeterapia já apresenta resultados positivos em alguns lugares e saímos na frente na região do ABC ao inseri-la no Hospital da Mulher, permitindo o acesso dos usuários do SUS”, destaca Acacio Miranda. “É nítido que os bebês têm seus sentidos estimulados e ficam mais sossegados nas redinhas. Esse recurso terapêutico, aliado a toda a requalificação da nossa UTI Neonatal, permitirá que eles cresçam e se fortaleçam a cada dia, com todo suporte e assistência que precisam”, completa o secretário de Saúde.
A nova UTI Neonatal do Hospital da Mulher foi entregue dentro dos padrões do programa Qualisaúde, em junho deste ano. A revitalização contemplou troca de piso, pintura, readequação dos postos de enfermagem e área de prescrição médica e novo projeto de comunicação visual, oferecendo melhor infraestrutura e conforto para profissionais, bebês e acompanhantes.
O serviço de Neonatologia conta com 24 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sendo um de isolamento, oito leitos de Ucinco (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional) e oito leitos Canguru – método de cuidado humanizado que promove a aproximação entre familiares e bebês através do contato pele a pele, estimulando o desenvolvimento e recuperação das crianças prematuras.
Saúde em Nossas Mãos – A UTI Neonatal do Hospital da Mulher acaba de ser contemplada, entre 300 hospitais, para participar do projeto Saúde em Nossas Mãos, do PROADI-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde), que visa à redução de infecções em UTIs. Nesta quarta (27), durante visita da equipe de excelência do Hospital Albert Einstein, referência para os hospitais participantes, os técnicos destacaram o engajamento de todos os profissionais da unidade andreense nos objetivos do projeto, além de prestarem orientação e consultoria.