
As jovens Isabela Priel Regis, de 18 anos, e Isabelli Helena de Lima Costa, de 17, moradoras de São Caetano que perderam a vida após serem atropeladas por um carro em alta velocidade na avenida Goiás, na noite desta quarta-feira (09/04), se conheceram no ensino médio e eram amigas inseparáveis. Ambas estavam muito felizes e tinham acabado de deixar uma adega onde foram comemorar o primeiro emprego conquistado por Isabelli, que trabalharia como jovem aprendiz em um supermercado no bairro Ipiranga, na Capital Paulista.
Quando foram atravessar na faixa de pedestre, às 22h55, na Avenida Goiás, foram atropeladas por um veículo e arremessadas a uma distância de 50 metros. As jovens tiveram múltiplas faturas e não resistiram aos ferimentos.
Isabela, estudante do curso de técnico de enfermagem, era natural da cidade de Santos. Ela tinha feito aniversário em 23 de março.
A mãe de Isabelli disse que a filha se arrumou, passou o perfume que mais gostava. A mãe relatou que a jovem estava poupando o produto, mas comemorava que agora teria condição de adquirir outro frasco porque começaria a trabalhar. Se maquiou e saiu de casa muito linda.
“Ela colocou o perfume que gostava e falou: ‘Olha, mãe, agora, posso usar o perfume. Porque eu estava guardando pra não acabar. Mas agora vou trabalhar e consigo comprar, né?’. Ela se maquiou e saiu tão linda de casa e foi”, disse Claudilene Helena de Lima, mãe de Isabelli, em entrevista à TV Globo.

Entenda o caso
O motorista que atropelou as meninas, Brendo dos Santos Sampaio, de 26 anos, foi preso e encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Bernardo do Campo. Ele tem 12 infrações de trânsito na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e acumula 70 pontos na carteira. Segundo relato de familiares à imprensa Brendo era estudante e voltava para a casa após ter saído da aula na faculdade.
Câmeras do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) confirmaram que o atropelamento aconteceu sobre a faixa de pedestres e que o veículo, um Honda Civic, trafegava em altíssima velocidade. O boletim de ocorrência também registra que testemunhas relataram uma possível disputa de racha momentos antes da colisão, envolvendo outro carro, um Onix branco.

Brendo fez o teste do bafômetro, que deu negativo, e permaneceu no local. Ainda assim, a Polícia Civil o autuou em flagrante por homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco — e solicitou a conversão da prisão para preventiva, que foi aceita pela Justiça.
A investigação segue para apurar a possível participação de outro motorista e as circunstâncias completas do fato. Existe a suspeita de que pode ter sido um racha, mas só após a apuração da Polícia será possível apontal o que realmente aconteceu.
Carro
O advogado Rafael Felipe Dias, que representa as famílias das duas adolescentes mortas após atropelamento na Avenida Goiás, em São Caetano do Sul, afirmou que o carro usado pelo acusado, Brendo, estava modificado para ganhar mais potência.
A declaração foi feita durante a audiência de custódia na quinta-feira (10/4), quando a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. Segundo o advogado, o Honda Civic usado por Brendo tinha alterações como escapamentos esportivos e estava configurado para atingir maior aceleração, o que, segundo ele, reforça a hipótese de direção perigosa.

A informação foi publicada pelo portal Metrópoles, que também teve acesso ao documento e cita o depoimento de uma testemunha que confirmou as alterações visíveis no veículo. Segundo o BO, o carro apresentava escapamentos esportivos não originais de fábrica e para-choque traseiro com luzes de LED.
“Frise-se que o carro do acusado era inteiro modificado para gerar mais potência na aceleração, com dois escapamentos esportivos, dando a entender que a prática de ‘racha’ era algo habitual”, diz trecho da decisão judicial, segundo o Metrópoles.
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