Professoras e funcionários protestam e atrasam entrada de crianças em escola de Mauá
Reposição do quadro completo de auxiliares e melhores condições de trabalho são as principais reivindicações
Reposição do quadro completo de auxiliares e melhores condições de trabalho são as principais reivindicações
Ao coro de “a greve vai parar se a Educação não melhorar”, professores e funcionários da escola de educação infantil de Mauá, Terezinha Leardini Branco, no Jardim Zaíra, atrasaram em duas horas a entrada das crianças na manhã desta segunda-feira (8/04) como forma de protesto.
A principal reivindicação dos profissionais, que atendem crianças de 6 meses a 5 anos, é a solução dos problemas ocasionados pela falta das ADIs (auxiliares de desenvolvimento infantil), pessoas que trabalham em conjunto com as professoras da sala para auxiliar nos cuidados com as crianças.
De acordo com o presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores), Jesomar Alves Lobo, o ato foi necessário para que a gestão da Secretaria de Educação passe a dar ouvidos aos trabalhadores. “Temos dialogado com a Secretaria desde 2021, porém nada se resolve e agora não temos mais como manter condições de trabalho tão precárias”, pontuou. “É preciso que a Educação adote medidas urgentes para ampliar o quadro de ADI’s e, assim, melhorar as condições de atendimento aos alunos das creches”, avaliou.
No ato, o Sindicato distribuiu uma carta aos pais de alunos para esclarecer sobre as reivindicações do movimento.
Veja vídeo:
Sobrecarga de trabalho
Com o quadro de ADIs incompleto, de acordo com as professoras, o trabalho fica dificultado e as educadoras, sobrecarregadas. “Acabamos fazendo jornadas duplas, com salas lotadas e sem condições. Muitas ficam doentes”, disse uma professora. Diariamente, a escola do Jardim Zaíra atende a cerca de 540 crianças em dois turnos.
“O professor se vê sozinho com um número excedente de crianças. As ADIs são o braço direito das educadoras”, afirmou a professora Maralisa Torres Dias, diretora e secretária-geral do Sindiserv de Mauá.
Há mais de um ano os servidores reclamam da falta de pessoal efetivo, apoio, professores e profissionais da área de inclusão. O secretário de Educação José Luiz Cassimiro chegou a comparecer a algumas unidades escolares com a promessa de resolver os problemas e melhorar as condições de trabalho, mas até agora nada mudou.
Uma reunião entre representantes do sindicato, professores e o secretário adjunto de Educação, Maurício Leme, aconteceu na tarde desta segunda-feira, de acordo com a professora Maralisa. Durante o encontro, foram estabelecidos encaminhamentos que, no entender inicial do grupo, contemplou as reivindicações.
A primeira resolução foi a tomada de medidas para tornar mais eficiente e rápido o processo de chamamento dos aprovados no concurso público de 2020. “Falamos em alternativas para que essa convocação não seja feita somente através do Diário Oficial, já que se passaram quatro anos e muitas pessoas não acompanham mais as publicações. O secretário entendeu a medida como positiva e se comprometeu a convocar de outras formas, como email ou telefone”, disse.
Ainda segundo ela, uma comissão de trabalho vai se reunir semanalmente com a Secretaria de Educação para acompanhar de perto o processo de chamamento. Se todos os aprovados finalizarem o processo de contratação, serão 140 novos auxiliares disponíveis na rede municipal.
Na próxima quinta-feira (11/04), em uma nova plenária, o secretário deve apresentar um documento por escrito com todos os acordos firmados junto a comissão. Por enquanto, está suspensa a ideia inicial de se repetirem os protestos em outras escolas durante a semana. Caso não se cumpram as definições, serão tomadas novas providências.
Quanto a manifestação desta manhã, a professora afirmou que o secretário se comprometeu também a manter os profissionais protestantes sem prejuízos em salários e demais aspectos trabalhistas.
Procurada pela reportagem do ABCD Jornal, a Prefeitura não retornou aos contatos para responder os questionamentos.