Prefeitura do Guarujá diz que esgoto pode ser causa de virose, mas Sabesp nega
Segundo a gestão municipal, o esgoto pode ser a causa de mais de 2 mil casos de virose na cidade nos últimos dias
Segundo a gestão municipal, o esgoto pode ser a causa de mais de 2 mil casos de virose na cidade nos últimos dias
A Prefeitura do Guarujá afirmou neste sábado (04/01), que notificou a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) sobre a possibilidade de vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da praia da Enseada. Segundo a gestão municipal, essa pode ser a causa de mais de 2 mil casos de virose na cidade.
Procurada por nosso canal, a Sabesp contestou a Prefeitura e afirmou, neste domingo (5), que o surto de virose em Guarujá, no litoral paulista, não tem relação com a operação da empresa.
“A Sabesp informa que o surto de virose não tem relação com a operação da empresa. Não foi identificado qualquer problema em sua rede que possa ter atingido as praias do Guarujá. Os sistemas de água e esgoto da Baixada Santista estão operando normalmente e são monitorados 24 horas por dia. A Companhia ainda não foi notificada pela Prefeitura da cidade, mas, de toda forma, já prestou os devidos esclarecimentos à Secretaria Municipal de Meio Ambiente”, afirmou.
A Companhia ainda disse na nota que a cidade tem imóveis irregulares e que o problema pode estar relacionado às galerias pluviais de responsabilidade do município.
“Cabe lembrar que o município possui cerca de 45 mil imóveis irregulares, cujo despejo de esgoto pode estar sendo realizado em galerias de águas pluviais, o que afetaria a balneabilidade das praias. Isso porque as redes municipais de águas das chuvas, que devem ser fiscalizadas pela prefeitura, desembocam no mar”, afirmou a Sabesp.
O município de Guarujá informou que “aguarda o resultado de análises encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz para tentar esclarecer a origem dos casos de GECA (gastroenterocolite aguda), uma doença que causa inflamação no estômago, intestino delgado e intestino grosso”.
Praias impróprias
O governo de São Paulo orienta a população a ficar atenta à qualidade da água do mar e buscar informações antes de se banhar no litoral paulista, consultando a situação da água no site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) ou acompanhando a bandeira de sinalização da praias: se ela estiver vermelha, isso indica que a praia se encontra imprópria para banho. Também não é recomendado o banho na água 24 horas após as chuvas.
Das 175 praias frequentadas por banhistas no estado de São Paulo e que são monitoradas pela Cetesb, 38 estão impróprias para banho. Entre elas, as praias Aviação, Vila Tupi, Vila Mirim, Maracanã, Real e Balneário Flórida, em Praia Grande, e as praias de Perequê e Enseada, em Guarujá. Já em Santos, a Ponta da Praia, Aparecida, Embaré, Boqueirão, Gonzaga e José Menino estavam impróprias para banho.
Casos de virosos no litoral
O portal G1 publicou neste domingo a relação de casos de viroses nos municípios do litoral paulista, em dezembro e início de 2025.
Veja:
- Bertioga: 300
- Cubatão: 184
- Guarujá: 2064
- Itanhaém: 790 casos
- Mongaguá: aumento de 10% no Pronto-Socorro e 15% no Hospital;
- Peruíbe: não teve um aumento
- Praia Grande: não há cenário de surto
- Santos: 264 em dezembro e273 nos primeiros dias do ano
- São Vicente: 754 casos