Piso tátil para pessoas com deficiência visual termina em parede em Sto.André
Vereador de oposição diz que piso para mobilidade apresenta problemas para pessoas PCDs porque não tem solução de continuidade e termina na parede; Prefeitura diz que novos lotes seguirão normas atualizadas
Vereador de oposição diz que piso para mobilidade apresenta problemas para pessoas PCDs porque não tem solução de continuidade e termina na parede; Prefeitura diz que novos lotes seguirão normas atualizadas
Além da instalação de rampas de acesso, semáforos de pedestre sonorizados, mobiliários urbanos novos, paisagismo exclusivo e viário com pavimentação reforçada para a circulação de ônibus, um outro item do projeto de requalificação da região central de Santo André chama atenção: o piso tátil instalado nas calçadas – aquele emborrachado com bolinhas que garante a acessibilidade e circulação de pessoas com deficiência visual – termina em uma parede.
Esse tipo de adequação de acessibilidade segue, em todo o país, normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e leis federais.
“A incorporação do piso tátil foi feita de uma maneira, na minha avaliação, completamente irregular. São pisos que foram colocados e as pessoas PCDs que usariam esse piso para mobilidade ficam em uma situação difícil porque uma parte deles terminam na parede, não tem solução de continuidade”, diz o vereador Ricardo Alvarez.
Veja vídeo do piso tátil em locais que geraram polêmica:
Além do problema do piso, o parlamentar também critica outras questões relacionadas às obras. “Atrapalham o trânsito como aconteceu na rua José Caballero e agora na Perimetral. O mais complicado disso tudo é a eficácia e o interesse público dessas obras porque eu sinceramente não estou vendo mudanças significativas. A troca de pisos, que já estavam dando conta do seu papel no ambiente urbano, poderia ser um gasto evitado. Acho que tem outras prioridades na cidade.”
Na ocasião da entrega na primeira fase do projeto, no final de março, o prefeito Paulo Serra disse que as obras proporcionam o uso do espaço público de forma segura e inclusiva. “Todos os materiais utilizados na melhoria da acessibilidade implementada nesta primeira etapa contam com altos níveis de qualidade e obedecem a critérios internacionais de mobilidade.”
Readequação
Ao ABCD Jornal, a Prefeitura informou, por meio de nota, que os projetos de requalificação da região central foram orientados pelo regramento então vigente do tema acessibilidade: primeira edição de 27/06/2016 da norma ABNT NBR 16537 Acessibilidade – Sinalização tátil no piso – Diretrizes para elaboração de projetos e instalação, com atualização em 2020.
“Neste ano, após o início da execução do projeto, houve uma nova atualização da norma, impossibilitando a aplicação na Avenida José Caballero. A fim de atender à nova edição da referida norma, a qual está mais alinhada às atuais necessidades das pessoas com deficiência, será utilizada a nova atualização da norma nas intervenções dos próximos lotes. Em relação aos lotes já finalizados, a Secretaria de Mobilidade Urbana estuda a melhor forma de realizar adequação.”
Hoje, as intervenções estão localizadas na Rua Coronel Alfredo Fláquer. Na próxima fase serão realizadas obras nas ruas General Glicério, Luís Pinto Fláquer, Siqueira Campos, Coronel Francisco Amaro, além da Avenida Queirós dos Santos.
Ainda de acordo com a nota, as obras integram um pacote de intervenções de mobilidade que incluem também a duplicação do Viaduto Adib Chammas (já entregue) e a construção do Complexo Viário Santa Teresinha (em andamento). Todas essas intervenções citadas fazem parte do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Santo André, que tem investimento de US$ 50 milhões (50% financiado pelo BID; 50% pela Prefeitura de Santo André).