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Pais e alunos reclamam do fim da distribuição do kit merenda em Sto.André

Desde o último mês foi suspenso o benefício devido ao retorno das aulas presenciais, mas a polêmica é porque os alunos não almoçam mais nas escolas como antes

  • Vânia e a filha Giovanna defendem permanência de Kit merenda em Santo André.
    Foto: Divulgação
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 19/07/2021
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Desde o último mês foi suspenso o benefício devido ao retorno das aulas presenciais, mas a polêmica é porque os alunos não almoçam mais nas escolas como antes

Vânia e a filha Giovanna defendem permanência de Kit merenda em Santo André. Foto: Divulgação

Pais e alunos têm reclamado da suspensão da distribuição do kit merenda nas unidades Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental), creches, dos CESAs (centros educacionais de Santo André) e EJA (Educação de Jovens e Adultos).

É o caso de Vânia Dias Marin, mãe de Giovanna Marin de Moraes, de 10 anos. Ela lamentou que nesse momento de pandemia o benefício tenha sido suspenso, afetando as famílias mais carentes.  “As crianças não têm mais uma refeição completa que seria um almoço. É dado apenas um café da manhã com quatro bolachas e leite com cacau. No mês passado, não recebemos mais a cesta básica porque houve a retomada das aulas, que por sinal, não são todos os dias. Ainda que a aulas presenciais voltaram, os alunos não ficam mais o mesmo período que ficavam. Muitas crianças, não é o caso da Giovanna, vão para a escola e o almoço é a única refeição do dia. Então, uma cesta básica faz diferença sim”, afirmou a mãe.

A aluna Giovanna, de 10 anos, chegou a gravar um vídeo em que apela ao prefeito Paulo Serra para não retirar o Kit Merenda. “Sou do 5º ano e sou do conselho mirim da Escola José Lazzarini Júnior e luto pelo bem dos alunos. Eu fiquei sabendo que o prefeito está cancelando a cesta básica e não gostei da ideia. A cesta básica é muito importante. Ele só está cancelando porque as crianças estão indo para a escola e têm um lanchinho da manhã. Eu digo, senhor prefeito, que mesmo que os alunos  estejam indo não são quatro ou cinco bolachas com leite com cacau que vai substituir um prato de almoço. A cesta básica têm muitos nutrientes”, afirmou a aluna ao acrescentar que a cesta pode ajudar aos desempregados e também alimentar não só os alunos mas também a família toda.

Veja o vídeo da aluna Giovanna: 

 

Visita às escolas

O vereador Ricardo Alvarez (Psol) também foi às escolas e conversou com os diretores e professores e disse que o entendimento é pela manutenção do benefício.

“No momento em que a fome volta assolar o Brasil, retirar o kit merenda é prejudicar a segurança alimentar dos alunos. Não há motivo para retirar. Economia com merenda não é economia, pois vai precarizar ainda mais a vida dos estudantes mais pobres”, afirmou o parlamentar.

A Prefeitura retirou o Kit merenda sob o argumento de que o decreto municipal 17.679, assinado pelo prefeito Paulo Serra (PSDB), definiu  em 24 de maio o retorno presencial de forma gradual.

Vereador Ricardo Alvarez conversou com educadores sobre fim do Kit Merenda. Foto: Divulgação

 Kit Merenda

A Prefeitura de Santo André começou a entregar em abril do ano passado  os kits do programa Merenda em Casa para garantir alimentação adequada às famílias dos estudantes da rede municipal durante o período em que as aulas estivessem suspensas devido à pandemia de Covid-19.

Eram fornecidos kits de alimentos e de limpeza a cerca de 41 mil estudantes e suas famílias, sendo 2.700 alunos da EJA, 2.300 de creches conveniadas e 36 mil crianças com idade entre 0 e 10 anos da rede municipal de ensino.

O kit de alimentos era fornecido pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), empresa pública responsável pelo fornecimento das merendas na rede municipal de ensino, e era composto por itens como arroz, feijão, leite em pó e macarrão, além de frutas e legumes como maçã, batata, cenoura e chuchu.

O kit de limpeza, com água sanitária, desinfetante, sabão em pó e sabonete, entre outros itens, era disponibilizado pelo Fundo Social de Solidariedade de Santo André.

A prefeitura foi procurada, mas até o fechamento da reportagem não havia dado retorno, pois deve se posicionar somente nesta terça-feira (20/07).