No Dia da Independência do Brasil, SP inicia restauro do Museu do Ipiranga
As obras de restauro e ampliação serão feitas para que o espaço seja reaberto em 2022, ano do bicentenário da Independência
As obras de restauro e ampliação serão feitas para que o espaço seja reaberto em 2022, ano do bicentenário da Independência
O Governador São Paulo, João Doria, deu início neste sábado (07/09), Dia da Independência do Brasil, às obras de restauro, ampliação e segurança do Museu do Ipiranga. A reinauguração do espaço cultural está programada para 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil. Os deputados estaduais Thiago Auricchio (PR-São Caetano) e Carla Morando (PSDB-São Bernardo) estiveram ao lado do governador durante o anúncio.
“O Museu (do Ipiranga) terá uma função pública de visitação e orientação para escolas públicas, privadas, estudiosos, historiadores e todo o trabalho da Universidade de São Paulo será mantido e seguramente será ampliado ao longo dessa nova etapa a partir de 2022”, disse Doria. O evento contou com a participação do Secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão, e do Reitor da USP, Vahan Agopyan.
O processo de restauração e modernização visa recuperar o monumento, que é uma das maiores referências nacionais. O projeto do Novo Museu do Ipiranga vai preservar todos os elementos do edifício, ampliá-lo e torná-lo mais seguro. O espaço terá, ainda, uma nova área de 6.800 m², incluindo sala de exposições temporárias, salas para atendimento do programa educativo, café, auditório, loja e uma área de acolhimento, tornando-o compatível com os grandes museus internacionais. Serão instalados novos mobiliários, projeto de iluminação, projetos de multimídia e restauração de acervos e acessibilidade, além do mais avançado sistema de prevenção e combate a incêndio em museus da América Latina.
As exposições de longa duração, utilizando os acervos do Museu, serão ampliadas e completamente renovadas. O novo museu irá ampliar de forma significativa a sua visitação, com um público estimado em 900 mil visitantes/ano.
Reforma e ampliação
A obra mobilizará profissionais de diversas áreas: arqueólogos, paisagistas, restauradores de ornatos, engenheiros especializados em fundações, estruturas de madeira e alvenaria, químicos e biólogos, entre outros. Ela será iniciada com a proteção das obras de arte do interior do edifício. Em seguida, em novembro, o canteiro de obras será montado, ocupando o entorno imediato do edifício do Museu do Ipiranga e parte do estacionamento.
Os trabalhos vão durar 29 meses e, a partir de janeiro de 2022, começará a implantação do conteúdo do Novo Museu do Ipiranga.
A construtora responsável será a Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia, que foi contratada pela FUSP (Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo), que fez a seleção a partir de critérios técnicos e de preço. A empresa realizará o projeto, que inclui restauro, ampliação e sistema de controle e segurança.
Custeio
A campanha para levantamento de recursos foi lançada pelo Governo do Estado em março de 2019, com o propósito de arrecadar o valor necessário para a revitalização do museu e para sua exposição de reabertura, sobre os 200 anos da Independência. Dois meses depois, o Governo anunciou a captação total do valor-alvo, por meio de parceiros privados e empresas estatais. Foram captados R$ 160 milhões junto a patrocinadores.
O valor das obras civis e de restauro, com gerenciamento da obra, acompanhamento técnico e administrativo e divulgação, está orçado em R$ 141 milhões. O projeto expográfico, incluindo a produção e a montagem das exposições, o acompanhamento técnico e administrativo e a divulgação, está orçado em R$ 27 milhões, totalizando R$ 168 milhões.
Integram o grupo de patrocinadores a EDP Brasil, o Itaú, a Sabesp, os Bancos Safra, Bradesco, Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, a Caterpillar, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Cosan, a EMS, a Honda, a Vale e a Pinheiro Neto Advogados. Algumas empresas utilizarão a Lei Federal de Incentivo à Cultura; outras aportarão recursos de marketing.
Histórico
O prédio, construído entre 1885 e 1890, concebido originalmente como um monumento à Independência, está desde 1963 sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.
As obras são o resultado de um intenso processo que teve início em 2013, com o fechamento do edifício em função do risco de quedas de partes da cobertura, causado por infiltrações. A USP já vinha realizando diversos estudos das condições físicas do prédio: diagnósticos das fachadas e das coberturas, completados posteriormente por um laudo estrutural completo.
Após um período de planejamento e preparação, teve início a retirada de todo o acervo do interior do prédio, que atualmente encontra-se em reservas técnicas, acessível aos especialistas, pesquisadores e público interessado.
Em 2017, durante as celebrações do Dia da Independência, foi lançado o Concurso Nacional de Arquitetura para o Restauro e Modernização do Edifício-Monumento do Museu Paulista da Universidade de São Paulo. O escritório Hereñú & Ferroni Arquitetos, vencedor do concurso, elaborou o projeto básico e o projeto executivo, base sob a qual foi feita a concorrência entre construtoras para a definição da empresa responsável pelas obras.