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Moradora de S.Bernardo denuncia agressão do ex-marido após palestras no Paço

Jovem foi encorajada a registar ocorrência depois de participar de debate sobre violência doméstica promovido pela Prefeitura no Dia Internacional da Mulher

  • CCMs ministram palestram no Paço sobre Lei Maria da Penha.
    Foto: Divulgação/PSBC
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 10/03/2022
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Jovem foi encorajada a registar ocorrência depois de participar de debate sobre violência doméstica promovido pela Prefeitura no Dia Internacional da Mulher

palestras de GCMs

CCMs ministram palestram no Paço sobre Lei Maria da Penha. Foto: Divulgação/PSBC

Uma moradora do bairro Montanhão, em São Bernardo, foi encorajada a denunciar agressões do ex-marido depois de participar de palestra que tratou sobre violência doméstica. O debate foi promovido pela Prefeitura de São Bernardo, na tarde da última terça-feira (08/03), no Dia Internacional da Mulher, e estava entre as diversas ações complementares ao feirão de empregos exclusivo para o público feminino.

A munícipe, de 31 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, está desempregada e foi uma das 5.000 mulheres que se dirigiram até a Esplanada do Paço Municipal na terça-feira para procurar trabalho no feirão do emprego realizado na esteira do evento ‘São Bernardo por elas, pra elas’, promovido pelo governo do prefeito Orlando Morando.

Na ocasião, decidiu assistir a uma das palestras conduzidas pela GCM (Guarda Civil Municipal) sobre violência contra a mulher e sobre o projeto Guardiã Maria da Penha, iniciativa recém implementada no município que garante assistência da GCM e do Ministério Público às vítimas de violência doméstica e familiar. “Ao fim da palestra, uma moça que participou quieta durante toda a conversa me abordou e disse que achava que se enquadrava nessas situações. Foi aí que me contou que era agredida pelo ex-marido, que não aceitava a separação, e disse que precisava de ajuda. Diante disso, fiz contato com outra viatura para que conduzisse ela até a Delegacia da Mulher”, relatou a GCM inspetora Rosemari Camargo de Souza, ao contar que a moça ainda tinha hematomas e arranhões visíveis no braço.

Na delegacia, a moradora registrou boletim de ocorrência contra o ex-marido e solicitou medidas protetivas para garantir que o agressor mantenha distância. Ela também foi submetida a exame de corpo de delito. Os dois têm um filho de apenas um ano e ela conta que as agressões ocorrem quando o ex, que é alcoólatra, visita a criança e ameaça tirá-lo do convívio com a mãe.

“A palestra me encorajou a falar. Eu me senti acolhida. A guarda (Rosemari) foi muito atenciosa, me ouviu e me deixou muito à vontade. Nós, que somos da favela, às vezes temos medo de policiais e isso me deixava muito receosa. Mas ela foi muito simpática, me orientou e conversou comigo de igual para igual. Isso fez muita diferença”, revelou a vítima.

O caso da moradora do Montanhão não foi o único. Durante a palestra, outras mulheres também aparentavam ser vítimas de violência doméstica. “Estávamos falando para cerca de 20 mulheres sobre a Lei Maria da Penha e durante a palestra, várias delas tiraram dúvidas sobre situações de violência. Muitas perguntavam de forma genérica, mas dava para perceber que estavam falando de experiências próprias”, avaliou Rosemari, que também é diretora do Centro Regional de Formação em Segurança Urbana.

Guardiã Maria da Penha

No mês passado, o prefeito Orlando Morando assinou termo de cooperação com o MP-SP que visa qualificar a GCM para o enfrentamento da violência doméstica e familiar. Cerca de 20 GCMs de ambos os gêneros já participaram de capacitação sobre possíveis intervenções em situações dessa espécie. Na próxima etapa, o projeto deverá selecionar agentes para atuarem em patrulha exclusiva que, de segunda a segunda, atenderá às denúncias de violência acionadas pela Promotoria.

Serviço

Além dos canais 153 (GCM), 180 (Disque Denúncia) ou 190 (Polícia Militar), São Bernardo disponibiliza atendimento a mulheres (cisgêneras e transexuais) em situação de violência doméstica e familiar. O atendimento é feito pelo CRAM (Centro de Referência e Atendimento à Mulher Márcia Dangremon), localizado na Rua Dr. Flaquer, 208 (2º andar), no Centro. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Telefones: 2630-7021 e 4125-9485.