Morador de S.Bernardo continua preso após ato contra privatização da Sabesp
Estudante Hendryll Luiz, de 22 anos, faz graduação em engenharia de petróleo na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Estudante Hendryll Luiz, de 22 anos, faz graduação em engenharia de petróleo na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Um estudante de São Bernardo do Campo permanece detido após participar do protesto na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) contra a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), aprovada nesta quarta-feira (07/12).
Hendryll Luiz, de 22 anos, faz graduação em engenharia de petróleo na Unifes (Universidade Federal de São Paulo), onde atua no centro acadêmico, além de ser militante da União da Juventude Rebelião.
O universitário é acusado de envolvimento em atos de vandalismo e agressão aos policiais militares durante a manifestação no plenário da Alesp. Representantes legais e grupos de apoio aos manifestantes argumentam que as prisões foram excessivas e representam uma violação do direito de livre manifestação.
A defesa argumenta o estudante possui residência fixa e outras características que normalmente qualificam para uma liberação para responder em liberdade. Enquanto isso, organizações políticas e sociais locais continuam a mobilizar apoio para a libertação dos detidos e a revisão das acusações, defendendo o acesso à água e a preservação de recursos naturais como direitos fundamentais.
Durante a sessão, quatro pessoas foram levadas à delegacia pela Polícia Militar na última quarta-feira, quando foi votada a proposta que autoriza a venda do controle acionário da estatal estadual. O grupo passou a noite no 27° Distrito Policial, do Campo Belo, zona sul paulistana, até ser encaminhado para audiência de custódia na quinta-feira (07/12). A Justiça decidiu manter a prisão em flagrante do professor Lucas Carvente e do estudante Hendryll Luiz, acusados de quebrar móveis na Alesp e agredir policiais.
Processos
A advogada disse que mesmo as pessoas liberadas ainda responderão processos. Para ela, a manutenção das prisões preventivas não faz sentido, uma vez que os dois cumprem os requisitos necessários para responder em liberdade. “Mesmo não entrando no mérito, avaliando só essa parte processual, não caberia [a manutenção da prisão], porque eles trabalham, têm residência fixa, não trazem nenhum risco para o bom andamento do processo, que é o que se avalia nessa audiência de custódia”, enumerou.
Por meio de nota, a Unidade Popular afirma que “continuará a mobilização permanente até que todos os presos políticos sejam soltos e as acusações retiradas. Não pode ser crime o direito de lutar pelo acesso à água e à manutenção deste recurso natural como patrimônio de todo o povo”.