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Ministério Público Federal denuncia Atila e Gaspar por lavagem de dinheiro

Ambos foram flagrados ocultando quantias em dinheiro em suas residências e estão presos na Penitenciária do Tremembé

  • Atila não consegue liminar na Justiça para retornar ao cargo de prefeito..
    Foto: Rodrigo Pinto
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 13/06/2018
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 Ambos foram flagrados ocultando quantias em dinheiro em suas residências e estão presos na Penitenciária do Tremembé

Atila, que está preso desde 9 de maio, é denunciado pelo MPF  Foto: Rodrigo Pinto

O MPF (Ministério Público Federal) denunciou o prefeito licenciado de Mauá, Átila Jacomussi (PSB), por crime de lavagem de dinheiro. O ex-secretário de Governo e Transporte da cidade ,João Eduardo Gaspar, seu braço direito, também foi denunciado. Ambos foram presos em flagrante, em 9 de maio, por ocultarem dinheiro em espécie em suas residências, Atila tinha R$ 87 mil, enquanto o seu secretário R$ 588,4 mil, além de 2,9 mil euros. Os dois foram detidos na Operação Prato Feito da Polícia Federal, que investiga fraudes em processos licitatórios para aquisição de merenda e material escolar em diversas cidades paulistas. No ABCD, são investigadas Mauá e São Bernardo.

De acordo com o O MPF na 3ª Região, o dinheiro era proveniente dos crimes de corrupção, fraude em licitações e associação criminosa, investigados no inquérito n.º 0005343.43.2017.4.03.6181, ainda em andamento. “As investigações apontam que Carlos Zeli Carvalho, proprietário da empresa Reverson Ferraz da Silva – ME, teria repassado recursos a Gaspar, que agia como representante do prefeito. A empresa de Carvalho firmou, em 2017, contrato com a Prefeitura de Mauá para fornecimento de uniforme escolar, no valor de R$ 8,34 milhões”, informou o MPF.

O Ministério Público ainda relata gravações telefônicas na Operação Prato Feito. “As interceptações telefônicas realizadas no curso da investigação da operação Prato Feito permitiram identificar vários núcleos empresariais atuando paralelamente para fraudar procedimentos licitatórios e gerar contratos superfaturados e, assim, desviar recursos públicos. Há fortes indícios da participação de agentes públicos nessas fraudes e no crime de corrupção, sendo que ora alguns prefeitos mantinham contato direto com os suspeitos, ora servidores o faziam sob orientação desses chefes do executivo municipal. A contrapartida de muitas dessas condutas ilícitas é o pagamento de vantagens indevidas, incluindo financiamento de campanha eleitoral”.

As denúncias do MPF na 3ª Região, feitas ao TRF 3 (Tribunal Regional Federal), estão relacionadas somente ao crime de lavagem, uma vez que os denunciados foram presos em flagrante delito ocultando grande quantia em dinheiro proveniente de infrações penais. Já os crimes de fraude em licitações e corrupção, estão sendo apurados em inquéritos policiais com diligências ainda em andamento.

As defesas de Atila e Gaspar informaram que não tiveram acesso à denúncia e, em razão disso, não comentarão o fato.