Metalúrgicos aprovam reajuste de 6,14% e iniciam paralisação em fábricas sem acordo

Com a aprovação, são 9,7 mil metalúrgicos em 47 empresas nas cidades de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra

Na noite desta terça-feira (17/10), durante Assembleia Geral de Campanha Salarial na Regional Diadema, os metalúrgicos e metalúrgicas do ABC aprovaram os acordos negociados pelo Sindicato com as empresas que chegarem ao reajuste de 6,14%, correspondentes a 4,06% de reposição da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no período, mais 2% de aumento real.

Com a aprovação, até a noite desta terça-feira, são 9,7 mil metalúrgicos em 47 empresas nas cidades de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Os trabalhadores também autorizaram que o Sindicato feche acordos com as demais empresas da categoria dentro dos mesmos parâmetros e aprovaram a contribuição negocial de 4% para não sócios. As empresas que chegaram ao acordo também farão a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.

Já nesta quarta-feira (18), o Sindicato inicia nas demais empresas paralisações para pressionar os patrões, conforme votado na assembleia.

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, afirmou que a postura das bancadas patronais tem sido de desrespeito e lembrou que a luta segue em toda a categoria.

“Deixamos claro todos os motivos para justificar o aumento, a economia está melhorando, a expectativa é que o PIB seja maior no ano que vem. Qual é a justificativa para não dar o aumento?”, argumentou.

“Essa não é uma luta insana, é uma luta pela vida que passa pelo salário. Será que nós, trabalhadores, que acordamos cedo e produzimos a riqueza não merecemos respeito? A postura dos patrões está sendo de desrespeito. Não vamos aceitar isso! Essa luta é de todos os companheiros. Vamos manter a unidade. Não vamos ficar calados!”, prosseguiu.

Com data -base em 1º de setembro, a campanha salarial dos Metalúrgicos do ABC envolve 45 mil trabalhadores da categoria. Outros 25 mil trabalhadores estão em montadoras, que têm negociações à parte.