
Um episódio de alta complexidade e tensão foi registrado na noite desta última quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, no Jardim São José, em Mauá, São Paulo. O incidente envolveu uma reação que terminou em disparos de arma de fogo e, posteriormente, um confronto físico entre agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) e da Polícia Militar (PM) na custódia do armamento utilizado.
O Fato
- M. R., filho de um agente da GCM, relatou à polícia que, ao chegar em sua residência com a namorada, V. C., na Rua Antônio Francine, foi abordado por um homem que, de posse de uma arma de fogo, ingressou abruptamente em seu veículo.
Segundo S. M. R., a namorada fugiu correndo e ele, diante da situação, reagiu. Em luta corporal, conseguiu desarmar o agressor e efetuou disparos que o atingiram. Ele afirma não ter reconhecido o homem e que este, em nenhum momento, anunciou o roubo, apenas entrou no carro com a arma em mãos.
Um policial, que não se identificou, postou em redes sociais que o soldado ferido teria presenciado uma discussão entre o casal de namorados e tentou intervir, mas o fato ainda é investigado pela Polícia.
A Revelação e o Socorro
Acionadas pelo pai de S. M. R., equipes da GCM deslocaram-se rapidamente ao local. Lá, encontraram o indivíduo ferido e caído ao solo e S. M. R. em posse da arma, que foi imediatamente entregue aos guardas municipais.
Pouco depois, viaturas da Polícia Militar chegaram ao local. Foi constatado, então, que o homem alvejado era um policial militar da ativa, lotado na Força Tática, que estava à paisana e sem identificação funcional visível no momento dos fatos.
Devido à gravidade dos ferimentos, o PM foi socorrido por uma viatura da própria corporação ao Hospital Nardini, onde passou por procedimento cirúrgico.
Tensão Intercorporativa
A situação de tensão escalou quando a equipe da PM tentou assumir a custódia da arma, que já estava em posse da GCM. A tentativa de recolhimento resultou em uma acalorada discussão e confronto físico entre os agentes.
Durante o entrevero, a GCM L. C. L. e o PM C. R. F. acabaram caindo ao solo. A GCM L. C. L. relatou ter sido empurrada pelo PM C. R. F., enquanto o PM afirmou ter sido empurrado em meio à exaltação dos ânimos e negou ter agido com agressividade. A GCM foi encaminhada ao IML, mas o laudo pericial apontou ausência de lesões.
Próximos Passos da Investigação
A arma de fogo, posteriormente identificada como pertencente à Polícia Militar do Estado de São Paulo, e as munições foram formalmente apreendidas e serão submetidas a exames periciais. O local foi preservado pela GCM até a chegada da Polícia Científica.
A Autoridade Policial Plantonista do 1º DP de Mauá optou por não lavrar auto de prisão em flagrante, devido à alta complexidade do caso, a ausência da oitiva do policial ferido (por motivo médico) e a necessidade de aguardar os laudos periciais.
O caso foi registrado provisoriamente como possível lesão corporal (Art. 129 do Código Penal), com a ressalva de que a tipificação penal poderá ser alterada conforme o avanço das investigações.
Nota da SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado):
“A Polícia Civil investiga um caso de lesão corporal envolvendo um policial militar de 26 anos. O agente foi baleado na noite de quinta-feira (4), no bairro Jardim São José, em Mauá. Na ocasião, o PM, que estava de folga, discutiu com um homem que conseguiu desarmá-lo e atirar contra ele. O policial foi socorrido ao Hospital Nardini e permaneceu internado. A arma do agente foi apreendida e o caso registrado como lesão corporal e legítima defesa pelo 1º DP de Mauá. A Corregedoria da PM acompanha as investigações”.
O delegado ressaltou que o desentendimento entre GCM e PM deve ser tratado no âmbito da gestão institucional e disciplinar, sem prejuízo de apuração de eventuais excessos pelas Corregedorias das respectivas corporações.
