
O Ministério Público de Mauá pede na Justiça o restabelecimento da circulação direta entre o calçadão e as plataformas de embarque e desembarque do terminal central da cidade. A Promotoria também quer o livre trânsito dos usuários ao acesso às bilheterias e ao transporte.
O assunto virou briga política entre governo e oposição e foi parar na Justiça. Enquanto o governo do prefeito Marcelo Oliveira (PT) mira na segurança dos passageiros, o deputado Átila Jacomussi (União Brasil) reclama do caminho que as pessoas têm de percorrer para chegar às bilheterias e ao transporte.
Isso porque desde junho os acessos ao Terminal Central da cidade foram alterados. A partir de então, a entrada e a saída têm sido feitas pelo Shopping Nova Estação, que fica no piso superior. No local, também funcionam duas bilheterias para quem deseja comprar a passagem ou fazer recarga no cartão SIM. A medida, de acordo com a Prefeitura, evita que o munícipe atravesse entre os ônibus para mudar de plataforma e diminui o risco de atropelamento.
“No presente caso, busca-se tutelar o direito do usuário ao transporte público, inclusive com fácil acessibilidade, pois a nova configuração tem exigido que o deslocamento ocorra por um caminho mais longo, exaustivo e menos funcional, através de escada rolante ou convencional até o piso superior do shopping, para travessia de corredores comerciais e posterior descida até as plataformas do terminal por escadas novamente convencionais, sem a presença de rampas ou elevadores acessíveis contínuos”, diz a promotora Celisa Agata Lopes Mota em sua manifestação.
É com base nestas questões que o MP aguarda a manifestação judicial para o pedido de “imediato acesso aos usuários do terminal central rodoviário, restabelecendo-se a circulação direta entre o calçadão e as plataformas de embarque e desembarque, bem como a suspensão de qualquer medida administrativa que condicione ou restrinja o livre trânsito de usuários do transporte coletivo ao interior do shopping center, sob pena de multa diária”.
Ao ABCD JORNAL, a promotoria também informou que há procedimento em curso na 6ª Promotoria de Justiça que apura as condições de acessibilidade aos usuários, bem como outras questões relacionadas à área de habitação e urbanismo. O MP afirmou ainda à reportagem que há uma ação civil pública em curso questionando a regularidade das intervenções na Praça XXII de Novembro (obras realizadas em bem tombado para construção do Shopping Estação Mauá) e aguarda pronunciamento judicial ao requerimento de produção de provas.
Questionada, a Prefeitura informou ao ABCD JORNAL, por meio de nota, que o pedido liminar na ação popular foi negado no dia 12/08/2025. “Reiteramos que o terminal central atende todos os requisitos de acessibilidade e segurança de acordo com as normas técnicas. A alteração que houve no acesso foi uma medida legal, pautada em projeto técnico e motivada pela necessidade de garantir a segurança dos usuários, pondo fim a um longo histórico de acidentes, inclusive de óbito.”
