Mauá fica fora da Copinha e questiona critérios da Federação
Enquanto a oposição acusa Prefeitura de perder prazos e não oferecer estrutura necessária, o governo nega e afirma ter cumprido todas as regras à risca
Enquanto a oposição acusa Prefeitura de perder prazos e não oferecer estrutura necessária, o governo nega e afirma ter cumprido todas as regras à risca
A exclusão dos dois clubes profissionais de Mauá da Copa São Paulo de Futebol Júnior/edição 2024 é uma incógnita para os times, jogadores, Prefeitura, moradores e políticos da cidade. Neste ano de 2023, a Copinha não só teve a participação do Grêmio Mauaense e do Mauá Futebol Clube como também garantiu à cidade a condição de sede.
Para 2024, tudo mudou. Quase nos 45 min do segundo tempo, a cidade surpreendeu-se ao receber a lista dos 32 grupos na competição e perceber que nenhum dos times mauaenses figurava entre os inscritos. Duas cidades do ABC, São Bernardo e Diadema, serão sedes e quatro clubes representarão a região: Santo André, São Caetano, EC São Bernardo e Água Santa. A Copinha acontecerá entre os dias 2 e 25 de janeiro.
Enquanto o deputado estadual Átila Jacomussi acusa a administração de perder prazos e não oferecer condições necessárias para que a cidade fosse uma das escolhidas para ser sede dos jogos, a Prefeitura nega e afirma ter cumprido todas as regras à risca.
“Trouxemos a Copa São Paulo em 2020 quando eu era prefeito e após 35 anos Mauá voltou a ser sede até para que a cidade tivesse um destaque na questão nacional e entrasse no calendário oficial da Federação Paulista e da CBF. Foi uma grande vitória. Infelizmente neste ano o prefeito não conseguiu garantir estrutura, segurança, mobilidade e não apresentou estes índices para a federação”, diz Jacomussi.
De acordo com o deputado, a cidade também tinha de escolher um dos times como representante, mas não conseguiu chegar a um acordo sobre qual seria. “Mauá respira futebol, inclusive tem a maior várzea do país, mas infelizmente foi tirada do cenário nacional através da gestão do PT. Só posso lamentar.”
O secretário de Esportes e Lazer, Marcio Bertucci, disse que a notícia da ausência dos times na Copinha surpreendeu a administração, que havia cumprido todos os prazos e determinações estipuladas pela Federação Paulista de Futebol para que os dois times representassem a cidade na competição.
“Se caso a federação optasse por não deixar Mauá como sede por conta de problemas na hotelaria ou questões relacionadas aos gramados, tudo bem. Agora, a não participação dos clubes nos pegou totalmente de surpresa”, disse.
Márcio também afirmou que esteve com o prefeito Marcelo Oliveira e os representantes dos times na federação, onde foi receber um prêmio pelo legado da cidade na Copinha 2023, e que na ocasião foi firmado um acordo de que Mauá participaria em 2024 com os dois times, deixando para 2025 a escolha de um só.
“Não sei o que aconteceu no meio do caminho, quais os critérios para a exclusão da cidade. Sabemos que eles tinham a intenção de inscrever apenas um time, mas tínhamos programado de fazer isso a partir do próximo ano. Continuamos a ter um bom relacionamento com a federação, mas para nós nunca foi esclarecido o real motivo.”
O presidente do Grêmio, Reinaldo Rodrigues, o Feijão, diz ter trabalhado junto com o secretário e que foi feito tudo o que estava ao alcance para que o time jogasse a Copinha. “Estamos muito tristes e arrasados. Já estávamos há 3 meses treinando forte com os jogadores. A pior parte, inclusive, foi comunicá-los.”
Vagner Tegi, presidente do Mauá Futebol Clube, afirma que o clube ficou muito triste com o fato de a cidade não ter sido confirmada como sede da Copinha. “A Prefeitura fez a confirmação de documentação no prazo correto, pediu a manutenção dos dois clubes como em 2022 e 2023 e a federação retornou a documentação dizendo que não poderia atender aos dois Muitas cidades se candidataram, mas a nossa foi preterida.”
A Federação Paulista informou, por meio de nota ao ABCD JORNAL, que segue uma série de requisitos para as sedes da Copa São Paulo de Futebol Jr., entre eles estádio, infraestrutura, segurança, logística e hotelaria. “A FPF não comenta a respeito de sedes e clubes ausentes da competição.”