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Mães temem transferências e fim do G5 em escola de Mauá

Responsáveis não querem saída dos filhos no último ano da primeira fase escolar, criticam a falta de informações oficiais e fazem abaixo-assinado contra mudança

  • Arthur está adaptado à escola e, além da professora, tem uma cuidadora que permanece o tempo todo com ele.
    Foto: Arquivo Pessoal da mãe
  • Por: Juliana Finardi
  • Publicado em: 05/11/2023
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Responsáveis não querem saída dos filhos no último ano da primeira fase escolar, criticam a falta de informações oficiais e fazem abaixo-assinado contra mudança

aluno em sala de aula de mauá

Arthur está adaptado à escola e, além da professora, tem uma cuidadora que permanece o tempo todo com ele. Foto: Arquivo Pessoal da mãe

Um desencontro de informações misturado à falta de posicionamentos oficiais tem tirado o sono das mães de crianças matriculadas na Escola Municipal Martin Luther King Jr., no Jardim Nóbrega, em Mauá. É que os alunos que hoje estão no G4 ainda não efetivaram as rematrículas para o G5, diferentemente dos demais, que já estão com vaga garantida para 2024.

A suspeita e temor dos responsáveis é que sejam informados só no apagar das luzes de 2023 que os filhos serão transferidos para cursarem o G5 em outra escola.

É o caso de Camila Siqueira da Silva Pereira, 33 anos, estudante de psicologia, e mãe dos gêmeos Anthony e Valentina, de 5 anos. “Os pais das crianças do G2 e G3 já fizeram a rematrícula, mas nós perguntamos na escola e a diretora nunca nos atende, ninguém dá informação. Tenho uma amiga que trabalha na Secretaria de Educação e a informação dela é que vão tirar o G5 de lá e de outras escolas também”, disse Camila.

O motivo da mudança, segundo os pais, seria uma tentativa da Prefeitura de resolver um problema de superlotação nas creches (anos iniciais dos bebês atendidos na mesma escola).

“A adaptação para crianças pequenas é muito difícil. Agora que eles acostumaram-se com a escola, vai ser ruim tirá-los de lá no último ano. Isso sem contar que a escola é muito boa, tem uma área aberta e as crianças têm acesso às plantas. A escola para onde teoricamente querem mandar as nossas crianças é muito fechada, com mais características de ensino fundamental”, criticou a mãe.

Camila também disse que ao tomarem conhecimento da possibilidade de transferência, os pais mobilizaram-se para o recolhimento de assinaturas e conseguiram um documento com 500 adesões e outras 350 em um outro abaixo-assinado virtual.

Qualidade inquestionável

Outra mãe que só tem elogios para a escola Martin Luther King Jr. é a dona de casa Andréa de Fátima dos Santos Pereira, de 47 anos. O filho Arthur, um autista de grau 3, de acordo com ela, está bem adaptado na escola e realiza muitas atividades ministradas pela professora, além de contar com uma auxiliar cuidadora que permanece o tempo todo com ele.

“O trabalho da professora é maravilhoso, a educação é muito boa. Vejo melhoras diárias no meu filho. Agora que ele está ficando mais tempo na escola e muito bem adaptado, uma saída seria um retrocesso, teríamos de começar tudo de novo”, lamenta Andréa.

Além da questão da readaptação e a maior distância da nova escola, a mãe também teme que na outra unidade escolar o filho não mais disponha de uma cuidadora que fique o tempo todo com ele. “Já sabemos que na outra escola são apenas 4 acompanhantes para todos os casos que necessitam de auxílio. Vai ser muito ruim”, disse.

Aumento na procura

O deputado estadual por Mauá e também ex-prefeito Átila Jacomussi diz que foi procurado pelos pais das crianças da Martin Luther King Jr. e também da escola Guilherme Primo Vidotto, que são as duas onde há a suspeita de transferência das crianças do G5.

“Estamos vivendo um aumento enorme de vagas no berçário para crianças de 0 e 1 ano, além do G3. Mas, de repente, a solução da Prefeitura e do secretário é o remanejamento de escola, o que traz um prejuízo direto para os pais e alunos. Isso tudo sem fazer uma reunião nem comunicar os pais que não tiveram autorização para a rematrícula do G5 e só iriam saber da mudança em janeiro, quando os filhos já estariam encaminhados para uma nova escola. Isso é um absurdo”, critica o deputado, que enviou um ofício para a Secretaria de Educação questionando o motivo da mudança.

No portal de inscrições online mantido pela Prefeitura, a informação é que as matrículas para o ano letivo de 2024 estão encerradas. Ainda neste endereço eletrônico, (https://sites.google.com/educacao.maua.sp.gov.br/inscricoesonline/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0), a Administração informa que as crianças que ainda não estão inscritas em uma escola da rede municipal para o ano letivo de 2024 devem aguardar uma nova etapa de inscrições somente no ano que vem.

Os pais dizem que foram convocados pela escola e pela Secretaria de Educação para uma reunião na própria unidade escolar nesta segunda-feira (6/11) para esclarecer o assunto.

Procurado pela reportagem do ABCD JORNAL, o secretário de Educação da cidade, José Luiz Cassimiro, não retornou às tentativas de contato.