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Lula e Suplicy vão a velório de Gilson Menezes, que é enterrado em Diadema

Sepultamento de ex-prefeito e Diadema aconteceu na manhã desta segunda-feira no Cemitério Municipal

  • Lula, Suplicy, ex-prefeitos e vereadores vão a velório de Gilson Menezes na Câmara Municipal.
    Foto: Divulgação
  • Por: Gislayne Jacinto
  • Publicado em: 24/02/2020
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Sepultamento de ex-prefeito e Diadema aconteceu na manhã desta segunda-feira no Cemitério Municipal

 

Lula, Suplicy, ex-prefeitos e vereadores vão a velório de Gilson Menezes na Câmara Municipal. Foto: Divulgação

 

O ex-prefeito de Diadema Gilson Menezes foi enterrado na manhã desta segunda-feira (24/02). Por volta das 8h o ex-presidente Lula (PT) e o ex-senador Eduardo Suplicy foram até a Câmara para se despedirem de Gilson, que foi o primeiro prefeito eleito pelo Partido dos Trabalhadores em 1982.

Também participaram da despedida ao ex-chefe do Executivo o presidente estadual do PT e ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. Os ex-prefeitos Mário Reali e José de Filippi Júnior também comparecem ao velório.

“Gilson Menezes foi um grande homem público brasileiro, metalúrgico, fundador do PT e o primeiro prefeito eleito pelo Partidos dos Trabalhadores em Diadema, iniciando uma sequência de administrações populares que mudaram a cidade. Gilson é parte da geração que mudou o sindicalismo brasileiro, lutou pela redemocratização do país e por gestões públicas voltadas aos mais pobres, a melhoria da saúde e educação pública. Um companheiro que deixa um grande exemplo e uma trajetória de trabalho e dedicação por Diadema e pelo Brasil”, disse o ex-presidente.

Morte

O ex-prefeito de Diadema Gilson Menezes  morreu neste domingo (23/02) aos 70 anos de idade. Ex-chefe do Executivo por dois mandatos, ele estava internado há duas semanas por conta de problemas renais. Gilson, que também tinha diabetes, estava na dependência de um transplante.

Gilson morreu às 0h30 no Estado de Santa Catarina, onde ficou quatro meses esperando por um transplante de rim. Na quarta-feira da semana retrasada, o ex-prefeito teve pico de pressão e foi levado ao hospital. Desde então, ficou internado na UTI, em estado grave. Na semana passada, os filhos foram acompanhá-lo após a notícia de que o quadro era irreversível.

Gilson é ex-metalúrgico e foi eleito em 1882 o primeiro prefeito pelo PT (Partido dos Trabalhadores). No segundo mandato (1997/ 2000) foi eleito pelo PSB. Sua carreira política foi marcada por ser um homem polêmico.

Durante seu segundo mandato fez greve de fome, se acorrentou na mesa contra os seqüestros de receita por conta de dívidas dos precatórios e seqüestrou um poste da antiga Eletropaulo em frente ao Paço para que não fosse cortada a energia da Prefeitura por falta de pagamento das contas.

Gilson nasceu na Bahia, no município de Miguel Calmon (360 km de Salvador), em 16 de julho de 1949. Chegou em Diadema com 11 anos de idade.

Gilson Menezes foi metalúrgico e liderou greves da categoria no ABCD em 1979 e se elegeu prefeito pelo PT em 1982. Foto: Reprodução

A principal empresa que trabalhou como metalúrgico foi a Scania, onde ganhou projeção como líder na categoria, inclusive comandando a histórica greve de 1979, que marcou a luta dos trabalhadores por direitos trabalhistas e melhores salários. Gilson também lutou contra a Ditadura Militar (1964-1985).

Gilson Menezes foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, em 1980, e se elegeu dois anos depois com 23.310 votos .  Após desavenças no partido, se filiou ao PSB, partido pelo qual se elegeu deputado estadual e posteriormente prefeito em 1996 com  88.439 votos, ao lado da vice, Regina Gonçalves (PV).

 

Gilson Menezes durante reunião em uma favela na Vila Nogueira, em 1983, ano em que assumiu a Prefeitura de Diadema pela primeira vez. Foto: Reprodução

 

Gilson tentou a reeleição em 2000, mas não conseguiu passar para o segundo turno disputado na época por José Augusto da Silva Ramos e José de Filippi Júnior (esse último saiu vencedor).

Gislon Menezese voltou ao cenário político em 2008 quando foi eleito vice-prefeito na chapa encabeçada por Mário Real (PT). Houve tentativa de reeleição, mas a chapa foi derrotada pelo prefeito Lauro Michels (PV), em 2012.

A última disputa de Gilson Menezes foi em 2016 quando tentou se eleger vereador, mas obteve somente 360 votos pelo PDT. Um ano depois anunciou sua aposentadoria na política e se mudou para Santa Cruz da Conceição, interior de São Paulo, onde vivia.

Homenagem

O presidente da Câmara, Revelino Teixeira de Almeida, o Pretinho do Água Santa (DEM), disse que a cidade perdeu um grande homem e um político exemplar. “Ele fez mandatos em favor do povo mais necessitado e é assim, exatamente assim, que eu acho que serve a política, ou seja, para beneficiar o povo”, disse.

Como forma de demonstrar respeito à história do ex-prefeito Gilson Menezes,  Pretinho do Água Santa (DEM), decretou luto oficial de três dias. Neste período as bandeiras do Brasil, de São Paulo e de Diadema, estarão simbolicamente a meio pau . “Eu lamento muito a perda do nosso ex-prefeito Gilson Menezes. Ele era de fato um homem do povo. A cidade perdeu um grande homem e um político exemplar”, completou.

O vereador Josa Queiroz (PT) ressaltou a importância do ex-prefeito para o partido. Segundo ele, a história do PT se divide entre antes da primeira administração do Gilson e depois. “O Gilson foi responsável por implementar uma séria de políticas que o PT sempre defendeu, que é governar para os mais necessitados e elaborar políticas para os excluídos”, disse.

O vereador Marcos Michels, presidente do PSB, partido pelo qual Gilson foi prefeito entre 1997 e 2000 disse que Gilson também foi um divisor de águas dentro do PSB. “Ele fez a sede do partido e ajudou a organizar diretórios no estado”, disse. “Foi pelas mãos do Gilson que o PSB ganhou projeção na região Sudeste”, completou.

O vereador Sérgio Ramos Silva, o Companheiro Sérgio (Cidadania), manifestou sua tristeza. Segundo ele, Gilson foi um prefeito que revolucionou na cidade. “Ele deu pontapé para uma administração para o povo quando deu apoio aos movimentos de moradias da cidade”, lembrou. “O Cidadania lamenta essa perda para a cidade. Deus o levou, mas a história dele fica”, finalizou.

Luto por três dias

O prefeito de Diadema, Lauro Michels, decretou luto oficial por três dias na cidade. Durante disputa pela reeleição, em 2016, o verde recebeu o apoio de Gilson Menezes. “Gilson foi um homem de ideais, acreditou no que fez e fez o que acreditou ser o melhor para a nossa cidade. Foi prefeito por duas vezes, vice-prefeito, deixou marcas que nunca serão esquecidas em nossa cidade”, disse o prefeito Lauro Michels.