
A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que caiu de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no último sábado (21/6), pode ter permanecido viva por quatro dias após o acidente. A revelação veio à tona nesta sexta-feira (27/6), divulgada pelo médico-legista responsável pela autópsia da turista.
Segundo o especialista forense Ida Bagus Alit, o falecimento de Juliana teria acontecido entre 1h e 13h da quarta-feira (25/6), no horário local. “A vítima morreu entre esse intervalo, com base nos sinais observados no corpo durante a autópsia”, afirmou o médico à BBC.
Essa avaliação do legista contradiz diretamente a informação previamente divulgada pela Basarnas, a agência nacional de buscas e resgates da Indonésia. O órgão havia afirmado que Juliana foi encontrada já sem vida na noite de terça-feira (24/6), após dias de buscas no vulcão, o segundo mais alto do país.
“De fato, é diferente da declaração de Basarnas. Há uma diferença de cerca de seis horas em relação ao horário declarado por eles. Isso se baseia nos dados de cálculo do médico”, detalhou Alit à imprensa local.
Juliana caiu no sábado enquanto fazia uma trilha pelo Monte Rinjani, em Lombok, ilha localizada a cerca de 11 horas à frente do fuso horário de Brasília. O legista declarou que a causa do óbito da brasileira foi trauma contundente, que provocou fraturas no tórax, no ombro, na coluna e na coxa.

Decreto
Um Decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado nesta sexta-feira (27) no Diário Oficial da União permite o custeio, pelo governo federal, do traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior.
A publicação ocorre um dia depois de Lula conversar, por telefone, com o pai da brasileira Juliana Marins.
A norma publicada hoje altera o Decreto nº 9.199, de 20 de novembro de 2017, e prevê hipótese excepcional de custeio, pelo governo federal, de traslado de corpo de nacional falecido no exterior. Inicialmente o governo tinha negado o traslado alegando impedimento por lei.