Laudo pode mudar versão de caso da morte de modelo em S.Bernardo
Delegado Paulo Bilynskyj disse que levou seis tiros da namorada Priscila Delgado, porém perícia mostra inconsistências no relato
Delegado Paulo Bilynskyj disse que levou seis tiros da namorada Priscila Delgado, porém perícia mostra inconsistências no relato
O laudo da perícia feito no apartamento do delegado Paulo Belynskyj, de 33 anos, concluiu que a bala que matou a modelo Priscila Delgado, de 27 anos, em 20 de maio, não partiu da arma que estava perto do seu corpo. Os peritos também teriam concluído que a versão sobre o suicídio da modelo, em São Bernardo, é pouco factível. Essa informação foi publicada neste sábado (30/05) pela Revista Época/Globo.
Um documento de 53 páginas, segundo a revista, será acrescentado ao inquérito sobre o caso do delegado que continua internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. Ele está com pneumonia e precisará passar por uma cirurgia para retirar projéteis que ficaram alojados em seu corpo.
De acordo com a Revista, os investigadores trabalham também com a versão de que Priscila Delgado poderia ter sido atingida por um tiro de seu namorado, após de ter disparado seis vezes contra ele.
Nessa linha de investigação, a polícia não descarta a possibilidade de o casal discutido por conta de ciúmes e depois ter havido os disparos de arma de fogo de um para o outro.
A Revista Época ainda publicou mensagens trocadas entre o delegado e a ex-namorada Juliana Trovão, na véspera do crime, nas quais Bilynskyj diz ter pavor de Priscila Delgado.
Na conversa, na qual a Época teve acesso, o delegado afirma a Juliana Trovão que terminou o namoro com a modelo Priscila naquele instante e confessa estar com “muito medo” de a namorada fazer “algo errado”.
Belynskyj diz ainda que a modelo estava chorando muito. Neste momento, a ex-namorada diz que não conseguiria dormir ao lado de Priscila com tantas armas no apartamento. Bilynskyj responde ter solicitado para a namorada dormir em um hotel, mas ela se recusou.
Diante do fato, ainda de acordo com as mensagens trocadas, o delegado afirma que iria dormir no quarto de hóspedes, onde estão as armas da casa e Juliana pede para ele trancar a porta.
Na manhã do dia do crime, o delegado Bilynskyj começou nova conversa com a ex-namorada e diz que a Priscila poderia estar grávida. “O que eu faço?”, perguntou o delegado. “Sai de casa!”, respondeu a ex-namorada Juliana. Bilynskyj não chegou a ver essa mensagem porque foi alvejado pela modelo.
A família da modelo Priscila não acredita na versão do delegado e também se revoltou com o fato de seus pertences terem sido colocados em sete sacos de lixo pelos parentes do delegado. “Não é justo conosco, com a Priscila, com a memória dela. Ela era uma pessoa maravilhosa. A gente sabe que ela não faria isso. A maneira como a memória dela está sendo tratada, a forma como as coisas dela foram descartadas, como se ela não fosse nada… Isso a gente não aceita”, disse uma prima da jovem, que não quis ser identificada, por telefone ao Programa Balanço Geral, da Record TV.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública foi procurada pelo ABCD Jornal e emitiu uma nota sobre o assunto. “A Polícia Civil esclarece que os laudos sobre o caso ainda não foram concluídos. Eles estão sendo elaborados e, assim que finalizados, serão anexados ao inquérito policial. O caso é investigado como tentativa de homicídio e suicídio pelo 1º DP de São Bernardo do Campo e corre em sigilo judicial decretado na última quinta-feira (28/0). A Corregedoria Auxiliar do Demacro acompanha as apurações”.